"As medidas que adotamos, as que provocaram o encerramento da maioria das empresas no país e das escolas, serão prolongadas quando chegaram a seu término", declarou o chefe de Governo em uma entrevista ao jornal Il Corriere della Sera.
"Evitamos que o sistema afunde, as medidas restritivas funcionam e está claro que quando alcançarmos o pico e os contágios começarem a diminuir, ao menos em percentual, dentro de alguns dias, esperemos, poderemos voltar à nossa vida de antes", disse Conte.
A pandemia matou 475 pessoas na Itália entre terça-feira e quarta-feira, o balanço mais grave registado em apenas um dia dia desde o início da epidemia.
Quase 3.000 italianos morreram vítimas do coronavírus, um balanço muito próximo ao da China, onde o vírus surgiu em dezembro.
O primeiro-ministro também disse que não pensa em tornar as medidas restritivas ainda mais severas, mas declarou que está disposto a "atuar", caso as normas não sejam respeitadas.
"Temos que ter o senso comum e trabalhar de maneira consciente sobre o que fazemos. As sanções penais para os que não respeitam as regras existem e serão estritamente aplicadas", advertiu.
"Concordo com os municípios que fecharam os jardins e os parques. Uma coisa é praticar uma atividade desportiva e outra que os locais públicos virem pontos de reunião de pessoas, o que é inaceitável", completou.
Várias autoridades locais do norte do país, onde os contágios continuam a aumentar, consideram que se os números não melhorarem nos próximos dias será necessário adotar medidas mais severas e proibir, por exemplo, a corrida na via pública.
Desde a semana passada, 60 milhões de italianos estão confinados em casa e só podem deixar suas residências por razões profissionais ou motivos urgentes. As escolas estão fechadas e as reuniões foram proibidas.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou ontem o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois. Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 5.067 casos suspeitos até hoje, dos quais 351 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde. Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais cinco do que na terça-feira.
A Assembleia da República aprovou ontem o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.
Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.
O Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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