A notícia é avançada pelo semanário Expresso, mas já foi confirmada ao SAPO por fonte da família.
António Vieira Monteiro esteve recentemente em Itália, onde terá sido contagiado com o novo coronavírus (COVID-19).
António Vieira Monteiro morreu às primeira horas da manhã de hoje, em Lisboa, vítima da infeção. Esteve vários dias internado no Hospital Curry Cabral.
Há pelo menos 14 pessoas do círculo familiar de António Vieira Monteiro que estão já a ser monitorizadas pelas equipas sanitárias em Portugal. Segundo fonte da família, a vítima deu um jantar para familiares e amigos pouco tempo antes de ser hospitalizado.
António Vieira Monteiro era presidente do conselho de administração do Santander desde 2019 e foi CEO do banco entre 2012 e 2018, durante o período da troika. Em 2018, passou a pasta a Pedro Castro e Almeida.
Vieira Monteiro sucedeu a Nuno Amado na liderança dos destinos do Santander em Portugal em 2012.
António Vieira Monteiro nasceu a 21 de março de 1946 e estava prestes a completar 74 anos. Fez carreira na banca nacional, tendo sido vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos entre 1993 e 2000. Passou pelo Crédito Predial e ainda pelo BES. Entre os maiores bancos portugueses só não esteve no BCP e BPI.
Vieira Monteiro licenciou-se em direito, na Faculdade de Direito de Lisboa em 1969 e em 1970 ingressou no Banco Português do Atlântico.
As autoridades de saúde em Portugal já confirmaram o segundo óbito por COVID-19 em território nacional.
Conselho de Estado reunido
A reunião do Conselho de Estado, órgão de consulta política do Presidente da República, começou hoje às 10:15, para discutir a decisão de decretar o estado de emergência em Portugal devido à pandemia de COVID-19.
Fonte da Presidência afirmou à Lusa que dois conselheiros – o ensaísta Eduardo Lourenço e Costa Andrade, presidente do Tribunal Constitucional - não participam na reunião, que se realiza por videoconferência, apenas com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, onde passou a noite, depois de ter estado 14 dias em quarentena voluntária na sua casa em Cascais.
As conclusões serão divulgadas na página da Presidência da República na internet e, ao final da tarde ou início da noite, Marcelo Rebelo de Sousa fará uma declaração ao país.
Portugal registou na segunda-feira a primeira morte por COVID-19, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Há pelo menos 642 pessoas infetadas em Portugal, segundo o boletim diário divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Numa mensagem em vídeo, o Presidente da República anunciou no domingo uma reunião do Conselho de Estado na quarta-feira para "analisar a situação". Marcelo Rebelo de Sousa deverá decidir hoje se decreta ou não Estado de Emergência, um estado de exceção que só pode ser declarado em casos de grave ameaça ou perturbação da ordem democrática ou de calamidade pública.
O Governo português ativou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na semana passada, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”. O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 7.000 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 175 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.
França decretou o isolamento obrigatório na segunda-feira e suspendeu a segunda volta das eleições municipais.
Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou na semana passada ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas.
Também foi anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália e de e para Espanha.
A Direção-Geral de Saúde reforçou as recomendações à população.
Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu há uma semana alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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