Todos os residentes em França estão obrigados a ficar em casa e só podem sair por razões essenciais. A medida vigora a partir de amanhã e durante 15 dias.
"A partir de amanhã, ao meio-dia, e pelo menos nos próximos 15 dias, a circulação das pessoas deverá ser reduzida fortemente", ressaltou o presidente francês, num pronunciamento dirigido ao país e transmitido pela televisão.
Os movimentos serão "severamente limitados", declarou Emmanuel Macron. "Estamos em guerra", repetiu o Presidente francês várias vezes.
Emmanuel Macron vai proibir todos os movimentos não essenciais no país e aplicar coimas para quem desrespeitar esta ordem. O exército vai ainda ser usado para ajudar a transportar doentes para o hospital.
As fronteiras vão ser encerradas de acordo com o que está a ser definido pela Comissão Europeia com outros países do bloco comunitário. A segunda volta das eleições locais em França também será adiada, anunciou Macron.
"Neste contexto, após ter consultado o Senado e a Assembleia Nacioanl, assim como as restantes forças políticas, decidi adiar a segunda volta das eleições municipas. Foi um acordo unânime", garantiu o Presidente esta noite numa mensagem televisiva.
Nas últimas 24 horas, França registou 1.210 novos casos e mais 21 mortes por coronavírus, com um total de 6.633 casos confirmados e 148 mortes, informaram as autoridades francesas esta segunda-feira. A região de Ile-de-France, onde está localizada a capital Paris, e o nordeste do país são os mais afetados pela pandemia, informam as autoridades de saúde do país no site oficial da Public Health France.
Portugal regista primeira morte
Portugal registou hoje a primeira morte por COVID-19, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos.
Há pelo menos 331 pessoas infetadas em Portugal, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS). Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). O boletim da DGS assinala 2.908 casos suspeitos até hoje, dos quais 374 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
O Governo português declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”. O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 168 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.
Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou na semana passada ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas. Também foi anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália. A Direção-Geral de Saúde também reforçou as recomendações à população.
Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu há uma semana alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.
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