
O Ministério da Justiça italiano deu hoje "luz verde" ao processo contra o vocalista da banda britânica Placebo, Brian Molko, por ter chamado "fascista, racista e nazi" à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, num concerto realizado em 2023 em Turim.
Os procuradores pediram autorização ao Governo, necessária no caso de crime de insulto a instituições estatais, de que Molko é acusado e que é punível com uma multa, noticiaram hoje os meios italianos de comunicação social, citados pela agência espanhola EFE.
O processo teve início depois de o Ministério Público de Itália ter aberto um inquérito e de a líder do Governo, que é também líder do partido de direita radical Irmãos de Itália, ter apresentado queixa contra o vocalista dos Placebo.
Molko, durante um concerto em Turim, em julho de 2023, referiu-se a Meloni usando as palavras "fascista, racista e nazi", numa intervenção em que apelou a uma maior proteção dos direitos das pessoas não binárias e transgénero.
Associado a ícones do chamado 'glam rock' como Lou Reed e David Bowie, Molko lidera os Placebo desde a sua formação em Londres, em 1994, com o baixista Stefan Olsdal.
Os álbuns dos Placebo, entre os quais se encontram 'Without You I'm Nothing', 'Battle for the Sun' e 'Life's What You Make It', somam mais de 14 milhões de cópias vendidas a nível mundial, ao longo dos últimos 30 anos.
Os Placebo, que atuaram pela última vez em Portugal no Festival de Vilar de Mouros, em 2022, foram várias vezes distinguidos como melhor banda rock, nos Britt e nos Echo Awards, da academia fonográfica alemã, assim como nos prémios MTV e New Musical Express.
Quando cumpriram 20 anos de carreira publicaram a antologia 'A Place for Us to Dream' e, em 2022, o álbum 'Never Let Me Go', que levaram em digressão pela Europa e pelos Estados Unidos, na qual se incluía o concerto de Turim.
Meloni já apresentou queixa contra outras personalidades da área cultural por alegada difamação, como foi o caso do escritor e jornalista italiano Roberto Saviano - condenado à morte pela Máfia pelo seu livro "Gomorra" -, quando este se referiu à líder política como "bastarda", num programa de televisão, em 2020, anterior à eleição que a levou ao cargo de primeira-ministra.
O processo judicial foi concluído em outubro de 2023 e Saviano foi condenado a pagar mil euros.
Meloni também apresentou queixa contra o historiador Luciano Canfora, autor de 'A Democracia - História de Uma Ideologia', que a acusou de ser neonazi, embora tenha acabado por retirar a queixa e os tribunais tenham arquivado o caso em outubro de 2024.
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