
A variação da temperatura ambiente e a humidade do ar têm diversos impactos na saúde de cada um de nós, e a saúde cardiovascular não foge a essa regra.
Da mesma forma que os nossos ossos podem “inchar” devido ao aumento da humidade causando dores nas articulações, e que o corpo fica mais sensível à dor quando está mais frio, também a pressão arterial varia de acordo com a temperatura ambiente.
A partir dos 22ºC de temperatura local já podemos ter impacto na saúde cardiovascular, especialmente se essas condições estiverem presentes dentro de nossa casa ou do nosso local de trabalho.
Por exemplo, o aumento de 1ºC de temperatura dentro de casa pode levar a uma redução de até 5mmHg da nossa pressão arterial sistólica (vulgarmente conhecida como a “máxima”), e 2 a 4mmHg da pressão diastólica (a “mínima).
Este impacto é ainda mais marcado na população mais frágil, podendo frequentemente causar sintomas de hipotensão ortostática – tipicamente tonturas ao levantar ou sensação de que vai ter uma perda de consciência iminente.
Há vários estudos a demonstrarem o aumento da mortalidade durante as vagas de calor, afetando mais a população > 75 anos e com outras doenças associadas.
A ingestão de água, a procura por ambientes à sombra e arejados e uma adequada ventilação podem reduzir a sensação térmica e o aumento da temperatura corporal interna, mitigando o impacto desta situação.
Um artigo do médico Fernando Montenegro Sá, cardiologista e dirigente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
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