A escola é por si só repleta de desafios e exigências que, em tempo de pandemia, por muito que não queiramos, se exponenciam e tendem a aumentar o stress familiar. Se, por um lado, os Professores - de uma forma quase heróica - se conseguiram reinventar e abraçar o digital para garantirem a continuidade do ensino, por outro lado, os pais sentem um maior peso sobre si próprios em tudo aquilo que diz respeito à aprendizagem e mais do que isso, muitas vezes, sentem que não têm as ferramentas essenciais para apoiar as crianças no estudo.

E, se num primeiro confinamento a emoção dominante era o medo, por todos termos sido apanhados desprevenidos e pela imprevisibilidade do que estava a acontecer, num segundo confinamento ao medo junta-se o cansaço, o tédio e alguns atritos familiares fruto de todos os sentimentos que se misturam e toldam a nossa visão com tudo aquilo que está a acontecer à nossa volta.

Por isso, apesar de, por vezes, termos a ideia que a escola online tem tudo para correr melhor desta vez - porque já tivemos um ensaio no primeiro confinamento - não nos podemos esquecer que o cansaço em que todos estamos envolvidos pode contaminar a aprendizagem em casa.

Assim, nesta fase, a escola online exige acima de tudo tolerância e flexibilidade, não só com as crianças, mas também com os pais e com os professores, mantendo-nos conscientes que cada um, à sua maneira, está a dar o melhor de si.

Além da tolerância e da flexibilidade, se queremos garantir que as crianças continuam a aprender e, ao mesmo tempo, os pais continuam o seu trabalho é essencial:

1. Definir papéis

Se o papel dos pais e dos filhos estiver defendido de forma clara, diminuímos atrito quando chegada à hora de estudar. Assim, as crianças são responsáveis por aprender, e o papel dos pais é ajudar as crianças a pensar, a definir objetivos, guiarem o seu estudo, e não fazerem as atividades pelas crianças.

2. Definir tempos de estudo e de pausas

O tempo de estudo deve sempre ser intervalado por pausas, que permitam brincar e descontrair corporalmente. São as pausas que vão permitir a uma criança, diminuir a tensão, concentrar-se e aprender.

3. Definir objetivos

Estabelecer objetivos diários e semanais, permite que a criança tenha um controlo sobre o seu estudo, potencia a eficácia do estudo e diminui a ansiedade associada à gestão de tempo.

4. Celebrar as conquistas

Quando celebramos as conquistas enviamos uma mensagem ao nosso cérebro que nos permite sentir recompensados e manter motivados ao longo do estudo e da conquista dos objetivos. Por isso, aproveite cada conquista para celebrar.

5. Promova o estudo autónomo

Facilite estratégias de estudo às crianças que lhes permitam trabalhar de forma autónoma e eficiente, ao fazê-lo além de ajudar a criança, está a libertar tempo para si e para o seu próprio trabalho.

Desta forma, garantimos que quer crianças, quer pais reúnem as condições necessárias, para aprender e crescer, no entanto, lembre-se que a aprendizagem é importante, mas mais importante é a harmonia e a saúde mental de toda a família, por isso, sempre que for necessário flexibilize os objetivos e permita que as crianças falhem, para que, de falha em falha, aprendam a tolerar a frustração e criem espaço à aprendizagem e ao bem-estar de toda a família.