Ao longo do nosso dia a dia, é comum surgirem conflitos quer em contexto familiar, quer em contexto social ou laboral. Apesar dos conflitos serem necessários e de existir espaço para para o contraditório ser essencial para o crescimento de todos nós, a verdade é que muitos dos conflitos em que acabamos por nos envolver trazem-nos mais atrito do que crescimento e podiam ser facilmente evitados se fossemos capazes de comunicar de forma otimizada.
Assim, pensar em conflitos é também pensar em comunicação, e há quatro atitudes a que todos devíamos estar atentos, se queremos garantir uma boa capacidade de comunicação e, consequentemente, menos conflitos, são elas:
1. Saber ouvir
Por muito que pareça uma tarefa simples, grande parte das pessoas não é capaz de desenvolver uma escuta ativa e atenta. Uma vez que não o fazem, acabam por assimilar o mundo e o que os outros transmitem de forma enviesada e, ao fazê-lo entram mais facilmente em escaladas de conflito difíceis de controlar. Neste sentido, procura aprender a ouvir e a sintonizar com o outro sem interrupções enquanto recebes informação.
2. Autoconfiança
Muitas vezes porque não estamos confiantes na mensagem que queremos transmitir, acabamos por optar por uma linguagem e abordagem que introduz a dúvida e que permite uma maior abrangência dos assuntos. Se por um lado isto é protetor, por outro lado, não permite uma comunicação clara e objetiva. Por isso, para comunicar de forma otimizada opta por explorar os assuntos até que tenhas a autoconfiança suficiente para os abordar com clareza.
3. Flexibilidade mental
Um dos travões de comunicação mais comuns é o facto de cada um ficar preso nas suas próprias ideias. Fazemo-lo porque muitas vezes somos teimosos e não queremos dar o ‘braço a torcer,’ ou porque o nosso pensamento está tão rígido que não nos permitimos ver outras perspectivas. Para bem comunicar é essencial desenvolver a flexibilidade mental, a capacidade de estarmos seguros das nossas ideias, ao mesmo tempo que nos permitimos ouvir o outro e, se necessário, mudar a nossa perspetiva.
4. Expressão emocional
Muitas vezes, inibimos a expressão emocional, com a ideia de que o discurso será mais claro se não tiver estas intercorrências. No entanto, deixarmos que as emoções fluam enquanto a nossa comunicação flui é essencial, uma vez que permite que os outros recebem a nossa mensagem de forma mais autêntica e que nos permite expressarmo-nos com mais clareza. Neste sentido, enquanto comunicas, evita a contenção emocional, pois se o fizeres tudo se inibe, inclusive a tua clareza de discurso.
É muito claro para todos nós que comunicar exige diversas competências, muitas delas às quais - erradamente - nem sempre damos importância. Para comunicar de forma cada vez mais otimizada lembre-se que nenhuma destas competências deve ficar para segundo plano e que de uma boa comunicação resulta sempre menos atritos e conflitos no dia a dia.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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