"Não tenho muitas dúvidas que o estado de calamidade em Ovar será levantado, passando ao estado de emergência nacional que vigora e vigorará no resto do país, retirando-se por consequência a cerca sanitária a partir do dia 17 de abril", escreveu ontem Salvador Malheiro no Facebook, depois de ter participado numa reunião da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde - Infarmed.

"Será bom, para a nossa economia local, e sobretudo para a saúde mental, de todos os nossos munícipes", admite o autarca.

O estado de calamidade pública foi decretado em Ovar a 17 de março, numa altura em que havia 30 casos no concelho, com o objetivo de conter a propagação do novo coronavírus.

Para o autarca, a cerca sanitária teve efeitos positivos no concelho, evitando uma "catástrofe". "Os números atestam a pertinência e a importância da cerca sanitária. Temos uma taxa, de crescimento de infetados e de óbitos, de longe inferior ao resto do país. Basta perceber como estaríamos, se tivéssemos taxas de crescimento idênticas às nacionais: teríamos, no mínimo, dez vezes mais infetados e óbitos. Teria sido uma catástrofe", escreveu.

"Temos que evitar todos os possíveis 'reacendimentos'. Temos que, tudo fazer para que o esforço do povo vareiro e dos seus empresários, não seja levado por 'água a baixo'. Temos todos que nos comportar, no futuro, como infectados ou potenciais infetados, cumprindo escrupulosamente as regras e promovendo o isolamento social. Temos sido um exemplo para o país. E queremos continuar a ser", lê-se na publicação.

O presidente da Câmara de Ovar termina a mensagem com um aviso: o "sucesso depende do comportamento de cada um de nós".

Os últimos números oficiais indicam que Portugal regista 599 mortos associados à COVID-19 e 18.091 casos confirmados de infeção.

Segundo o boletim epidemiológico de ontem da DGS, Ovar tem 455 casos diagnosticados da infeção.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de COVID-19, já infetou mais de dois milhões de pessoas e provocou mais de 131 mil mortos em todo o mundo. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.