As exigências do quotidiano, associadas ou não a situações traumáticas do nosso passado, deixam-nos frequentemente suscetíveis a doenças mentais como a depressão e ansiedade.

A depressão caracteriza-se por sentirmo-nos tristes, cansados, com falta de apetite, falta de prazer nas atividades da vida diária e incapacidade em adormecer ou manter o sono. À medida que o tempo vai passando e se vai deixando que estes sintomas perdurem, sobretudo por mais de 3 meses, vamos perdendo a esperança de viver e consequentemente começamos a ter vontade de desaparecer, e, mais tarde, vontade de morrer. Quando a vontade de morrer e o sofrimento se arrastam por muito tempo, podem começar a existir pensamentos de suicídio.

Já a ansiedade generalizada, que muitas vezes é concomitante com a depressão, advém de estarmos permanentemente a pensar no futuro: nas milhares de coisas que temos que fazer e onde temos que estar, que se acontecer algum evento negativo, o que vai ser de nós e/ou da nossa família…estes pensamentos fazem com que no sintamos sobrecarregados, nervosos, manifestando-se no nosso corpo sob a forma de palpitações, boca seca, tremores, tonturas, dores musculares, falta ou aumento de apetite, e também insónia, já que como estamos sempre a pensar, não conseguimos adormecer ou manter o sono.

Quando os sintomas persistem por muito tempo ou são graves ao ponto de pensarmos frequentemente na morte, é necessário recorrer a medicação farmacológica. Esta medicação, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, não é para “pôr a dormir”, mas sim para que nos sintamos mais positivos, menos tristes, menos ansiosos, mais ativos, com melhor apetite e sono. Para além da medicação, recorrer a um psicólogo também é extremamente importante, pois ajuda-nos a pensar em nós, na nossa vida, e obter estratégias psicológicas para lidar com os nossos problemas, traumas ou emoções.

Mas não esquecer: só a medicação ou só a psicoterapia, muitas vezes, não são suficientes, pois para conseguir obter estas estratégias e atingir o bem-estar emocional, é necessário começar medicação para pensar de forma positiva e assimilar melhor o trabalho que o psicólogo desenvolverá connosco.

Se acha que pode estar com alguma destas patologias, dirija-se ao seu médico assistente. O tratamento atempado, pode salvar a sua vida.

Um artigo da médica Patrícia Cebola, especialista em Medicina Geral e Familiar no grupo Clara Saúde.