Em setembro celebra-se o dia mundial da prevenção do suicídio. Por muito que se celebre este dia no sentido de prevenir e sensibilizar, os números do suicídio em Portugal continuam elevados e este continua ser uma claro problema de saúde pública, nomeadamente, quando falamos de jovens adultos.

Sejam quais forem as causas que levam ao suicídio  problemas familiares, dificuldades económicas, isolamento, dependências, entre outros  nunca nos podemos esquecer que o suicídio se dá sempre na sequência de um grande sofrimento interno.

Como reagir?

Em caso de ideação suicida ou se conhecer alguém em risco, procure um médico.

Em caso de emergência, ligue para o 112.

Outros contactos

Centro SOS-Voz Amiga (diariamente das 16h00 às 24hoo)

- 21 354 45 45

- 91 280 26 69

- 96 352 46 60

Linha Telefone Amigo (todos os dias das 17hoo à 01h00)

239 72 10 10

Linha Telefone Amizade (de segunda a quinta-feira das 16h00 à 01h00; sexta-feira e sábado das 19h00 às 21h00 horas)

- 800 205 535

A questão que se coloca é porque se chega ao estado de sofrimento tão profundo que implica a vontade de morrer? A verdade é que o suicídio é sempre uma soluçãúltima em que, com a percepção da ideia de morrer, vem também a ideia de finalmente se ficar em paz, de finalmente se ter a liberdade e de finalmente se abandonar o estado de sofrimento profundo.

é, a maior parte das vezes, com esta premissa e com este desejo que o suicídio se dá. Com o suicídio de uma pessoa, dá-se sempre não só uma perda de uma vida, mas também uma contaminação da saúde mental das pessoas que estavam à sua volta, seja do seu contexto social, seja do contexto familiar. Esta contaminação acontece de diversas formas, mas destaca-se a forma como surge a culpa, como as pessoas sentem que falharam ou como se vêem inundados no sofrimento de uma perda significativa.

Tendo em consideração tudo isto, precisamos de agir e de levar até essas pessoas a percepção que a saída pode existir por outra via que não exclusivamente a morte. Só com a atribuição da percepção de esperança, da percepção de que há caminhos alternativos à morte para ultrapassar o sofrimento, o suicídio pode ser evitado nas circunstâncias limite. Mas, atribuir esta sensação de esperança implica um trabalho clínico minucioso e uma grande estrutura de retaguarda de todos aqueles que estão ao redor da pessoa em sofrimento.

De qualquer forma, a prevenção do suicídio tem de começar muito antes do limite do sofrimento, tem de começar com promoção da saúde mental, com educação emocional desde cedo e com a desmitificação dos pedidos de ajuda psicológica. Só quando formos capazes de agir de forma sistemática e preventiva podemos desejar a diminuição dos números de suicídio e, por consequência, a diminuição do sofrimento de todos os que estão envolvidos neste penoso processo.

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.