Portugal regista esta quinta-feira mais 10.549 casos de COVID-19 - o maior número desde 3 de fevereiro - e 17 óbitos associados à doença, segundo o último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Desde o início da pandemia, morreram 18.840 pessoas com esta patologia em território nacional e foram identificados 1.253.094 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2.

De acordo com o último relatório oficial, registaram-se mais 3.948 casos de recuperação nas últimas 24 horas. Ao todo há agora 1.149.611 doentes recuperados da doença em Portugal.

A região de Lisboa e Vale do Tejo é a área do país com mais novas notificações, num total de 50,7% dos diagnósticos.

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O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24h00 de ontem, indica que a região de Lisboa e Vale do Tejo é a que regista o maior número de mortes acumuladas relacionadas com o vírus SARS-CoV-2 com 7.936 (+3), seguida do Norte com 5.747 óbitos (+5), Centro (3.333, +3) e Alentejo (1.084, +1). Pelo menos 572 (+3) mortos foram registados no Algarve. Há 118 mortes (+2) contabilizadas na Madeira. Nos Açores registam-se 50 (=) óbitos associados à doença.

Internamentos descem

Em todo o território nacional, há 893 doentes internados, menos 16 do que ontem, e 148 em unidades de cuidados intensivos (UCI), menos sete do que no dia anterior.

De acordo com o boletim da DGS sobre a situação epidemiológica, existem 84.643 casos ativos da infeção em Portugal — mais 6.584 do que ontem — e 112.417 pessoas em vigilância pelas autoridades — mais 5.185 do que no dia anterior.

Imagem do boletim da DGS
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A região de Lisboa e Vale do Tejo é a área do país com maior número de infeções acumuladas, com 480.085 (+5.350), seguida da região Norte (463.049 +2.817), da região Centro (180.532 +1.465), do Algarve (55.327, +328) e do Alentejo (45.131 +255). Nos Açores existem 10.962 casos contabilizados (+85) e na Madeira 18.008 (+249).

O que nos diz a matriz de risco?

Portugal apresenta uma incidência de 558,5 casos de infeção por SARS-CoV-2/COVID-19 por cada 100.000 habitantes e mantém um índice médio de transmissibilidade R(t) nacional de 1,07. Com estes valores, o país mantém-se fora da zona de segurança da matriz de risco.

No território continental, o R(t) fixou-se nos 1,06. A DGS atualiza estes dados à segundas, quartas e sexta-feiras.

Imagem do boletim da DGS
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Faixas etárias mais afetadas

O maior número de óbitos concentra-se entre as pessoas com mais de 80 anos, com 12.235 (+6) registadas desde o início da pandemia, seguidas das que tinham entre 70 e 79 anos (4.072, +7), entre 60 e 69 anos (1.730, +3) entre 50 e 59 anos (546, +1), 40 e 49 anos (190, =) e entre 30 e 39 anos (48, =). Há ainda 13 mortes (=) registadas entre os 20 e os 29 anos, duas (=) entre os 10 e os 19 anos e três (=) entre os 0 e os 9 anos.

Os dados indicam que, do total das vítimas mortais, 9.890 são do sexo masculino e 8.950 do feminino.

A faixa etária entre os 20 aos 29 anos é a que tem maior incidência de casos, contabilizando-se um total de 203.301 infeções (+2.361), seguida da faixa etária dos 40 e os 49 anos, com 202.169 (+1.843), e da faixa etária dos 30 aos 39 anos, com 185.157 (+1.830). Logo depois, surge a faixa etária entre os 50 e os 59 anos, com 168.228 reportadas (+1.202). A faixa etária entre os 10 e os 19 anos tem 134.414 (+1.342), entre os 60 e os 69 anos soma 116.236 (+682) e a dos 0-9 anos tem 87.749 infeções reportadas (+877) desde o início da pandemia. Por último, surge a faixa etária dos 80 ou mais anos, que totaliza 81.363 infeções (+147).

Desde o início da pandemia, houve 585.796 homens infetados e 666.366 mulheres, sendo que se desconhece o género de 932 pessoas.

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Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

A COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.

A doença é transmitida por um novo vírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

Não vacinados morrem quatro vezes mais do que os vacinados

As pessoas não vacinadas contra a COVID-19 apresentam uma taxa de mortalidade quatro vezes superior aos vacinados, alertou hoje o pneumologista Filipe Froes, salientando a importância da vacinação mesmo perante a variante Ómicron.

“Se compararmos os dados nacionais que são públicos no relatório das `linhas vermelhas´, vemos que os não vacinados, maioritariamente mais jovens, mais saudáveis e com menos fatores de risco, mesmo assim têm uma taxa de mortalidade quatro vezes superior à taxa de mortalidade por infeção covid nos vacinados”, disse à Lusa o coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos para a COVID-19.

Segundo o especialista, os últimos dados públicos indicam que, em outubro, ocorreram 132 mortes de pessoas com a vacinação completa contra a covid-19 e 33 óbitos de pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta.

No entanto, estes 132 óbitos reportam a um universo de cerca de 8,6 milhões de pessoas vacinadas, enquanto os 33 não vacinados que morreram incluem-se numa população não imunizada de apenas cerca de 500 mil pessoas.

Uma análise mais fina destes dois grupos de pessoas – vacinados e não vacinados – constata que os “não vacinados morreram quatro vezes mais do que os vacinados”, adiantou Filipe Froes, para quem estes dados permitem “avaliar bem o impacto da vacinação”.

“Nós sabemos que, neste momento, o grande impacto em termos hospitalares incide, sobretudo, em dois grandes grupos de pessoas: os não vacinados e as pessoas vacinadas há mais tempo, com mais idade e com maiores fatores de risco”, referiu o pneumologista.

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