Subiu para 18 o número de mortos por causa do novo coronavírus identificado na China. As autoridades daquele país anunciaram esta quinta-feira a primeira fatalidade fora do epicentro do vírus, Wuhan, uma cidade de 11 milhões de pessoas. A vítima é um homem de 80 anos, morador dos arredores de Hubei, mas já na província de Hebei.
O vírus ja chegou a pelo menos outros oito países: Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Singapura, Taiwan, Arábia Saudita, Tailândia, Vietname e também às regiões de Macau e Hong Kong. Há ainda suspeitas de casos em França, México, Filipinas, Austrália e Escócia. Aeroportos de todo o mundo já estão a tomar medidas de prevenção.
Entretanto, hoje, o palácio imperial em Pequim fez saber que a Cidade Proibida de Pequim será fechada no sábado até novo aviso "para evitar a infeção causada pelo ajuntamento de pessoas", afirmou a fonte através da sua conta oficial no Weibo, o Twitter chinês.
Há três cidades chinesas isoladas - Wuhan, Huanggang e Ezhou -, uma medida que partiu do Governo central para travar a propagação do vírus. O aeroporto de Wuhan encerrou o tráfego aéreo esta manhã. Os transportes públicos naquelas três localidades estão suspensos.
A Comissão Europeia disse hoje estar a acompanhar a situação, garantindo estar pronta para adotar medidas preventivas.
“A Comissão está a acompanhar a situação de forma bastante próxima e continuamos a coordenar as medidas que podem ser necessárias a nível da UE”, declarou o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker, em conferência de imprensa em Bruxelas.
Diretora-geral da Saúde diz que autoridades estão atentas
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, esteve esta manhã na Rádio Renascença para explicar a posição das autoridades portuguesas face ao surto de coronavírus. Segundo a médica especialista em Saúde Pública, Portugal é dos melhores países a conter epidemias.
"O nosso país tem uma estrutura de saúde pública muito bem implantada. Estamos entre os 20 ou 30 países, do ponto de vista da capacidade instalada de serviços, melhores do mundo", disse.
Graça Freitas pediu "tranquilidade" e garantiu que "as autoridades estão atentas" ao surto. "É melhor estarmos preparados e, se não acontecer, ficarmos gratos à natureza, aos factos, aos médicos e às autoridades de saúde, que conseguiram conter o surto. Mas temos de estar prontos para o que der e vier", defendeu.
O vírus está ainda a ser monitorizado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, organismo europeu que identifica ameaças para a saúde e que já aumentou o risco de este vírus entrar na UE de baixo para moderado.
Trata-se de um novo tipo de coronavírus, que é transmitido entre animais e que passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral. Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.
Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais infetados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
A OMS decidiu na quarta-feira prolongar até hoje a reunião do Comité de Emergência para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.
Comentários