“A Comissão está a acompanhar a situação de forma bastante próxima e continuamos a coordenar as medidas que podem ser necessárias a nível da UE”, declarou hoje o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker, falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas. De acordo com o responsável, “a Comissão está pronta para tomar as precauções que se verificarem necessárias para cumprir as recomendações da Organização Mundial de Saúde [OMS], adotadas na reunião de hoje” daquela entidade.
Stefan de Keersmaecker precisou que, esta manhã, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, conversou com o diretor-geral da OMS e com os com os ministros da Saúde de França e de Itália sobre este vírus.
Acresce que, segundo este porta-voz, estão a ser realizadas reuniões internas sobre o assunto na Comissão Europeia. “Ontem [quarta-feira], a Comissão promoveu uma segunda reunião do comité de saúde pública, que discutiu o nível de risco e as potenciais consequências para a UE”, exemplificou Stefan de Keersmaecker.
Diretora-geral da Saúde diz que autoridades estão atentas
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, esteve esta manhã na Rádio Renascença para explicar a posição das autoridades portuguesas face ao surto de coronavírus. Segundo a médica especialista em Saúde Pública, Portugal é dos melhores países a conter epidemias.
"O nosso país tem uma estrutura de saúde pública muito bem implantada. Estamos entre os 20 ou 30 países, do ponto de vista da capacidade instalada de serviços, melhores do mundo", disse.
Temos de estar prontos para o que der e vier
Graça Freitas pediu "tranquilidade" e garantiu que "as autoridades estão atentas" ao surto. "É melhor estarmos preparados e, se não acontecer, ficarmos gratos à natureza, aos factos, aos médicos e às autoridades de saúde, que conseguiram conter o surto. Mas temos de estar prontos para o que der e vier", defendeu.
Autoridades controlam evolução do vírus
O vírus está ainda a ser monitorizado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, organismo europeu que identifica ameaças para a saúde e que já “aumentou o risco de este vírus entrar na UE de baixo para moderado”, adiantou o porta-voz, explicando que isso se deveu ao risco de contágio de pessoa para pessoa.
O novo vírus que causa pneumonias virais foi detetado na China no final de 2019 e já infetou várias centenas de pessoas e provocou a morte a pelo menos 17. Há três cidades isoladas naquele país.
Trata-se de um novo tipo de coronavírus, que é transmitido entre animais e que passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.
A prefeitura de Pequim anunciou, esta quinta-feira, o cancelamento das populares cerimónias previstas por ocasião do Ano Novo chinês, como medida de proteção. Macau fez o mesmo.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral. Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade. Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais infetados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
A OMS decidiu na quarta-feira prolongar até hoje a reunião do Comité de Emergência para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.
Comentários