As medidas de segurança aeroportuárias seguem-se ao anúncio de que as autoridades chinesas colocaram três cidades de quarentena, num esforço inédito que visa travar a propagação de um novo tipo de coronavírus que já matou 17 pessoas e infetou cerca de 600.
As entradas e saídas de Wuhan, a sétima maior cidade da China, com onze milhões de habitantes, e de duas cidades vizinhas, Huanggang e Ezhou, foram proibidas ao longo do dia de hoje, por serem o principal foco do vírus, apanhando milhões de pessoas desprevenidas, na véspera do início das férias do Ano Novo Lunar.
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O aeroporto internacional do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o mais movimentado do mundo, anunciou hoje que, seguindo orientações do Governo, todos os passageiros que chegarem em voos diretos da China serão triados, por métodos térmicos, no portão de chegada e receberão folhetos informativos.
A filtragem no aeroporto do Dubai, sede da companhia aérea Emirates, será realizada em portões fechado e seguros, por equipas das autoridades sanitárias, de acordo com informações divulgadas pela empresa Aeroportos do Dubai.
Na madrugada de hoje, oficiais da Cruz Vermelha estavam nas entradas do aeroporto italiano de Fiumicino, em Roma, para lidar com a chegada de um voo que tinha partido de Wuhan, antes do seu encerramento pelas autoridades chinesas.
Os 202 passageiros foram levados para uma área esterilizada, para que lhes fosse medida a temperatura corporal por profissionais de saúde equipados com óculos e máscaras e indumentária sanitária.
Nenhum passageiro foi travado, mas havia ambulâncias de prevenção para transportar eventuais infetados para hospitais, colocados de prevenção para o surto do vírus.
Nos voos de Wuhan com destino aos Estados Unidos, os passageiros foram direcionados para um conjunto de aeroportos - John Kennedy, Nova Iorque, Los Angeles, O’Hare, Chicago, Hartsfield-Jackson, em Atlanta – onde foram colocadas instalações sanitárias para triagem de casos de contaminação.
As autoridades britânicas informaram que os passageiros provenientes da China que aterraram nos aeroportos de Heathrow, em Londres, não estão a ser rastreados, mas recebem folhetos informativos, com instruções para a eventualidade de adoecerem.
Na Alemanha, a operadora do aeroporto de Frankfurt, disse que o Governo ainda não forneceu instruções para triagem, pelo que não há ainda restrições, sendo aguardadas para breve.
Na Arábia Saudita, o Ministério da Saúde anunciou que começará a rastrear passageiros de voos oriundos de voos diretos e indiretos da China, e no Bahrein a transportadora Gulf Air disse que tomou “medidas preventivas”, para o caso do vírus.
Em África, aeroportos de países como a Nigéria, África do Sul e Quénia também estão a rastrear os passageiros vindos da China, um dos principais parceiros económicos de várias regiões africanas.
A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais, é também a maior migração interna do planeta: segundo o Ministério dos Transportes chinês dever-se-ão registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias, pelo que as autoridades chinesas estão a tomar medidas acrescidas em vários aeroportos do país.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde está reunido hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus.
Os regulamentos internacionais estipulam que um surto pode ser designado como emergência internacional num "evento extraordinário", que represente um risco além-fronteiras, exigindo uma resposta coordenada entre vários países.
O novo vírus que causa pneumonias virais foi detetado na China no final de 2019 e já infetou várias centenas de pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.
Há pelos menos 571 pessoas infetadas só no território continental chinês e foram já detetados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas - Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Num esforço sem precedentes para tentar travar a propagação cancelaram também as comemorações do Ano Novo chinês em várias localidades incluindo a capital, Pequim.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Wuhan, capital e maior cidade da província chinesa de Hubei, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus.
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