Há um fascínio no mundo das especiarias que vai além das suas qualidades como tempero. Quando na cozinha usamos a pimenta, o cardamomo, a noz-moscada e o cravinho, estamos a transportar para o prato muitas histórias e curiosidades e também amigas da boa saúde.
Aqui, vamos entregar ao coco o seu lugar na História. É um navegante nato, um faz-tudo por natureza e, acresce, um saboroso ingrediente à mesa. Merece homenagem. Tiremos-lhe o chapéu…de coco.
Esta planta da família das Liliáceas, faz parte da mitologia, do folclore, da história e, é claro, da alimentação de muitas civilizações desde há seis mil anos. De tal ordem se crê nos poderes benéficos desta planta, que falar do seu uso alimentar é sinónimo de narrar as suas aplicações medicinais.
Pode causar um certo arrepio à primeira vista. Contudo, o alho negro mais não é do que o nosso velhinho amigo alho, de todas as cozinhas, depois de sujeito a um processo de fermentação. Logo, como aqui o vê, não está degradado, não perdeu qualidades, antes modificou-as e nunca o encontrará naturalme
A Europa viciou-se em batata, originária das américas. O cacau adorou África, mas nasceu no Novo Mundo. A Índia rendeu-se ao cravinho, nascido na Indonésia. Portugal adora as laranjas, com origem nos Himalaias. Arriscamos dizer que, no que toca às permutas alimentares, a História é muito promíscua.
Uma das maravilhas que o italiano Marco Polo trouxe das suas viagens à China terá sido o gelado. Na época, os chineses há muito que se deliciavam com gelados de frutas, prazer desconhecido na Europa Medieval. No velho continente, o gelado tornou-se um capricho de algumas classes. Levaria tempo até q
Frugal na alimentação, Napoleão Bonaparte terá, contudo, “obrigado” os seus cozinheiros a assarem 23 frangos. Um banquete no tempo de Luís XIV era um louvor ao desperdício. Já o pão às fatias não foi compreendido por ninguém aquando da sua invenção. Pelo contrário, a margarina foi rapidamente aceite
A eletricidade mudou o planeta. Antes, o vapor já o havia transformado. Duas invenções que abriram a porta para um novo mundo de utensílios de cozinha. A chaleira elétrica, a torradeira, a panela de pressão, são filhas desta revolução surpreendente.
Quis o acaso que há milénios alguns atentos antepassados, no Neolítico, descobrissem o processo que conduzia ao fabrico da cerveja. Um legado que o engenho de muitas gerações e interesse de inúmeras civilizações foi apurando, originando a bebida próxima à cerveja que hoje conhecemos. Os avanços da t
Que nos perdoe o autor turco do provérbio de que nos apropriámos como fonte ilustrativa deste artigo. O adágio cola-se na perfeição à epopeia do café. Bebida amada e odiada, que ajudou a erigir impérios e a destruir outros. E que todos os dias nos está tão próxima, dentro da nossa chávena matinal de
Nem sempre o marisco foi tão apreciado como atualmente. O antigo Egipto baniu-o, os gregos recorriam à casca de ostra para indicar cidadãos banidos. Nascia o ostracismo. Já os romanos, adoravam os frutos do mar. Portugal chegou a fazer do marisco um imposto e nem Frei Luís de Sousa o excluiu da sua
A 25 de outubro celebra-se o Dia Mundial das Massas. Argumento para celebrarmos este alimento que nasce de dois ingredientes: sêmola de trigo e água. Juntos, mudaram a alimentação humana. Os chineses adoraram-na, os italianos aprimoraram-na. O tomate, nascido nas Américas, viria a consumar um casame
Se há certeza inabalável neste nosso mundo é a de que precisamos de comer. Ao facto, juntamos-lhe inventiva, criatividade e muito engenho. Sobre a comida elaboramos, discutimos, aprimoramos, e nunca descansamos. Ricardo Dias Felner, jornalista e crítico gastronómico, cai numa categoria muito especia
Antes de o ver como o objeto livro, Rúben Correia, autor de “Comer à Moda dos Açores”, afirma-o como uma “carta de amor” à sua terra. Nove ilhas atlânticas que são um continente, porque grandes na diversidade e tradições alimentares. Comer é mais do que levar à mesa. É a origem, são os rituais e tra
A 18 de junho, o calendário assinala o Dia Internacional do Piquenique. Um bom motivo para estendermos a toalha da História e tirarmos da cesta uma mão bem cheia de curiosidades.
Originária da Ásia, a laranja há muito que iniciou a sua viagem de conquista mundial. Doce ou amarga, de cor tentadoramente fresca e luzidia, a laranja, ou “Portokale” em diferentes países, tornou-se, também, uma embaixadora da boa fruta nacional.
O ano: 1777. A protagonista: D. Maria I e a sua aclamação como rainha de Portugal. O restaurante Egoísta, na Póvoa do Varzim, cumpriu mais um, o quinto, de dez jantares com história. Na ementa do chefe Hermínio Costa, recuámos mais de dois séculos. A viagem aos comeres do passado regressa em março i
Em Palmela recupera-se atualmente uma tradição local, a da Bênção das Fogaças. Associado à devoção local a Santo Amaro, este bolo com uma base de massa de pão, pede luta sobre a bancada, mas traz recompensa. O resultado é aromático, de paladar rico e textura a pedir trinca. Com o doceiro Nuno Gil ap
É homem de palavra franca e sem ´rodriguinhos`. Nem teria tempo para floreados. Rui Paula, o chefe de cozinha que divide (ou multiplica) o seu talento nos restaurantes DOC, DOP e Casa de Chá da Boa Nova, esta com duas estrelas Michelin, conquistada no guia de 2020.
Crê-se que no seu estado natural, selvagem, a Uva possa ter mais de dois milhões de anos. Isto antes de ser domada pelo Homem, tornando-se a base de uma das bebidas talhadas para o sucesso mundial, o Vinho. Esse, deixamo-lo, por agora, a descansar nas barricas e damos a vez ao bago, para beber e com
Tal como outros alimentos resultantes da fermentação, terá o iogurte nascido do acaso. Um feito com milhares de anos e sem testemunho para a posteridade. Mais tarde, no Próximo Oriente, o Homem tomou as rédeas aos antepassados dos nossos iogurtes. E não mais os largou, convertendo-os numa narrativa
Branca, verde ou preta, a pimenta há muito que entrou nos hábitos de consumo em todos os continentes. Uma obsessão do mundo por esta especiaria que vem de longe. Os portugueses globalizaram-na. A Europa do século XXI adora-a.
Tal como o café, o chocolate é um conquistador mundial. De uma origem discreta, circunscrita a um cantinho tropical, ascendeu ao estatuto de estrela planetária. Teve ajudas. Aos portugueses não é estranha a epopeia do cacau. Sobre este e o produto que dele decorre, o chocolate, deteve-se em investig
Se existe produto que alimenta a alma e reúne um consenso alargado em termos de prazer de sabor será, atrevo-me a afirmar, o chocolate. Desde a infância imediatamente encontra um espaço de permanência na memória, que se prolonga vida fora.