A planta cresce espontâneamente nos vales montanhosos da Ásia, donde é originária.  Existem várias espécies do género Panax mas, para efeitos medicinais, apenas têm interesse o Panax ginseng (ginseng chinês) e o Panax quinquefolius (ginseng americano), de menor teor em princípios ativos em relação ao primeiro.

A medicina chinesa atribui-lhe diversos efeitos como aumentar o fornecimento de sangue aos órgãos, estimular as respostas imunológicas, reforçar a memória, ter propriedades afrodisíacas, ativando, de um modo geral, a energia vital (Chi) tão importante na medicina oriental.

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As propriedades medicinais

Esta planta tem sido objeto de numerosas investigações científicas nos últimos anos. A ciência descobriu que ela tem, de facto, propriedades medicinais importantes, sendo as saponinas denominadas por ginsenosidos, as responsáveis pela maior parte dos efeitos terapêuticos constatados. Estes compostos dividem-se, segundo a sua atividade principal, em excitantes e sedativos.

Consoante o extrato empregue, assim pode predominar um ou outro efeito, dependendo da sua maior riqueza nuns ou noutros destes ginsenosidos. É o conteúdo nestes compostos que se utiliza na verificação da qualidade farmacológica dos diversos preparados comerciais. A raiz, dependendo do processo de secagem, tanto pode ter a cor branca como vermelha.

No entanto, são precisos pelo menos seis anos, de forma a que a raíz atinja a maturidade necessária para que, ao ser colhida, forneça o máximo de substâncias ativas. É importante ter presente que os compostos activos se encontram na raiz, devendo esta ser utilizada completa, incluindo as finas raizes laterais onde a concentração de ginsenosidos é maior.

O ginseng aparece no mercado sob diversas formas: extracto, xarope ou tónico, pó, cápsulas e chá. A sua toxicidade parece ser muito baixa e só em ingestões muito prolongadas e elevadas é que têm sido registados efeitos secundários, denominados como sindrome de abuso de ginseng (hipertensão, distúrbios do sono e nervosismo).

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Não existe dose diária recomendada mas a Farmacopeia Alemã aconselha uma dose diária de 1-2g de raíz seca ou o equivalente noutras preparações. Como os efeitos aparecem gradualmente, o seu uso deve fazer-se por períodos de um a três meses. Se for necessário repetir o tratamento, deve fazer-se um intervalo de dois a três meses para que o organismo não deixe de responder ao seu estímulo.

De um modo geral, o conjunto dos seus ginsenosidos conferem ao ginseng propriedades adaptogénicas, isto é, ajuda o organismo a suportar as agressões.

Por outras palavras o consumo de ginseng ajuda a combater a fadiga e o stresse, a ativar o sistema imunitário, a aumentar a capacidade física e mental e a prevenir os efeitos de um envelhecimento precoce. São igualmente de salientar os efeitos positivos como adjuvante no tratamento de doenças cardiovasculares, na normalização dos níveis de açúcar no sangue.

O ginseng pode ser útil em diversas situações

- Em casos de fadiga física, sexual ou mental, em períodos de excesso de trabalho (fisico ou intelectual): as diversas acções, no seu conjunto, permitem induzir uma melhor produção e/ou utilização da energia com diminuição dos sintomas de exaustão;

- Em doentes idosos, que frequentemente entram em estados de astenia e depressão: aumenta as capacidades físicas e psíquicas, a resistência às doenças, permite convalescenças mais rápidas, melhora o humor;

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- No desporto: melhora as capacidades intelectuais e motoras, optimiza o consumo de oxigénio e as capacidades respiratórias, favorece a recuperação após o esforço; de um modo geral, permite aumentar o rendimento desportivo sem ter efeitos dopantes, razões pelas quais o Ginseng é utilizado por várias equipas olímpicas;

- Em doentes a fazer quimioterapia: pode ajudar a aumentar a resistência aos efeitos secundários deste tratamento.

O ginseng não é milagroso nem panaceia para todas as nossas maleitas, mas é sem dúvida, um auxiliar precioso para o nosso bem-estar, quer fisico quer psíquico.

As recomendações são de Pedro Lôbo do Vale, Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar e Consultor da Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Suplementos Alimentares.

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