O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, encontrou-se hoje em Pequim com o presidente da China, Xi Jinping, para debater questões ligadas ao surto do novo coronavírus detetado no país, que causa pneumonias virais e que já infetou mais de 4.500 pessoas e provocou 106 mortos.
Segundo um comunicado divulgado pela OMS, “as duas partes” concordaram que serão enviados especialistas internacionais para visitar a China “o mais cedo possível” para trabalhar com autoridades e investigadores chineses na compreensão do surto e nos mecanismos de resposta. A OMS destacou ainda a seriedade com que as autoridades da China têm estado a trabalhar neste surto.
O debate entre a OMS e as autoridades chineses centrou-se ainda nas medidas de contenção do surto na cidade de Wuhan, centro da China, bem como medidas a tomar noutras cidades e províncias.
Foi ainda debatida a necessidade de estudos adicionais para compreender a gravidade e transmissibilidade do novo vírus (2019-nCoV), havendo partilha de dados e de material biológico com a OMS.
“Essas medidas promoverão a compreensão científica do vírus e contribuirão para o desenvolvimento de medidas médicas, como vacinas e tratamentos”, refere a nota divulgada no site da OMS.
O diretor-geral daquela agência das Nações Unidas define como prioritário a interrupção da propagação do vírus na China e no mundo.
Tedros Adhanom Ghebreyesus destacou ainda a “seriedade” com que a China está a enfrentar este surto, bem como a transparência que tem sido demonstrada, por exemplo, na parte científica.
Ainda há muito para compreender sobre o novo coronavírus, como a fonte exata do surto, as formas de transmissão ou a capacidade de ataque do vírus.
Até ao momento, apenas 20% dos infetados teve casos graves da doença, sendo que nos restantes dão-se situações de patologia mais leve ou moderada.
A OMS assume que o número de casos, que tem sido crescente, incluindo fora da China, é “profundamente preocupante” e faz com que seja urgente o conhecimento do vírus, da sua gravidade e características.
Alguns países, como Estados Unidos, Japão, França, Alemanha e Portugal, estão a preparar com as autoridades chinesas a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de portugueses.
O Governo português já anunciou que quer retirar por via aérea os portugueses retidos em Wuhan.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
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