Excessos em relação ao álcool podem causar ressaca, mas também danos permanentes em diversos órgãos, incluindo o cérebro, segundo um novo estudo publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity.

O estudo detalhou como pessoas que possuíam transtorno por uso de álcool apresentam mudanças no cérebro e alterações de comportamento.

De acordo com os cientistas responsáveis pela investigação, a dependência de álcool aumenta a sinalização imunológica interleucina da molécula 1β (IL-1β), o que causa uma inflamação na região do cérebro envolvida na tomada de decisões - o córtex pré-frontal medial.

Segundo o especialista em neurociências Fabiano de Abreu Agrela, que não participou na investigação o estudo reforça os perigos do excesso de álcool ao cérebro, o que pode contribuir não só para a dependência, como também para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

"Diversos estudos já indicam os perigos do abuso de álcool para o cérebro, como o risco aumentado de demências. Este estudo ajuda a entender melhor esse processo e as substâncias envolvidas nele, o que pode ajudar a tornar o tratamento mais assertivo", comenta.

"Esse tipo de inflamação cerebral, causada pelo vício em álcool, e a redução da atividade cerebral podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e outras demências, como podemos notar em diversos casos", acrescenta.