O ator Michael J. Fox, estrela de "De Volta para o Futuro", de 61 anos, gerou comoção ao contar detalhes da sua batalha contra a doença de Parkinson em entrevista à Variety. O ator tem sinais da doença á mais de 30 anos.

"Parti este ombro, mandei substituí-lo. Parti este cotovelo. Parti esta mão. Tive uma infeção que quase me custou este dedo. Parti a cara. E parti este úmero", indicou.

"O mu problema é que eu caio. Eu tropeço nas coisas, caio e parto as coisas. E isso faz parte de ter isto [...] Tenho assessores ao meu redor um bom tempo para o caso de eu cair, e essa falta de privacidade é difícil de lidar", admite.

"Já se passaram 30 anos; não somos muitos que temos essa doença há 30 anos", disse o ator.

Tratamentos para melhorar o equilíbrio

A falta de equilíbrio é um sintoma marcante do Parkinson. No entanto, existem intervenções que podem ajudar a melhorar bastante a qualidade de vida do paciente, como explica o neurocirurgião especialista em Parkinson, Bruno Burjaili.

neurocirurgião Bruno Burjaili
Bruno Burjaili, neurocirurgião

“O marca-passo cerebral para o tratamento do Parkinson pode ajudar em diversos sintomas, como tremor, rigidez, lentidão, inclusivamente alguns aspetos da caminhada. Porém, é preciso muito cuidado na indicação em relação ao equilíbrio. Se o motivo de o paciente não caminhar bem são a lentidão e rigidez dos movimentos, principalmente quando essas dificuldades melhoram ao usar-se o fármaco, a cirurgia poderia, sim, ser útil, mas não são todas as dificuldades de caminhada, como aquelas relacionadas ao equilíbrio, que ela consegue atenuar", revela.

Bruno Burjaili é um neurocirurgião especializado no tratamento de doenças da cabeça, nervos e coluna vertebral, com experiência em doença de Parkinson, tremores, distonia, dores crónicas, fibromialgia e tremor essencial, sendo que trabalha essencialmente no Brasil.

“Quase sempre o melhor tratamento para melhorar o equilíbrio é a fisioterapia neurológica, ou seja, com um profissional capacitado especificamente nessa área. Muitas pessoas que nos procuram para cirurgia acabam a ser encaminhadas para essa possibilidade, sendo ou não bons candidatos a utilizar o marca-passo cerebral", conclui.