A gripe é uma infecção viral, causada pelo vírus Influenza. A maioria das infeções pelo vírus da gripe ocorrem sobretudo durante os meses de inverno.
É esperado que este ano a época gripal seja marcada por um número alto de casos de infeção. A ausência de casos registados de gripe entre outubro de 2020 e maio de 2021 (resultado das medidas de isolamento impostas pela pandemia COVID-19) condicionou a redução das defesas da população por não ter havido contacto com o vírus na época passada.
Os sintomas habitualmente começam de forma súbita. Os sintomas mais frequentes em caso de gripe são:
- Febre alta com calafrio / arrepios
- Dor de garganta e de cabeça
- Dores nos músculos (sensação de ter o corpo todo dorido)
- Cansaço
- Vómitos e diarreia (mais em crianças)
- Nariz entupido ou corrimento nasal abundante
A maioria dos casos de gripe são ligeiros e a recuperação é espontânea. O tratamento necessário é apenas para alívio dos sintomas:
- Aumento da quantidade de água e outros líquidos ingeridos
- Evitar comidas com muita gordura e condimentos
- Repouso
- Medicamentos para as dores e para baixar a febre (como por exemplo Paracetamol e Ibuprofeno)
Se tiver gripe que cuidados devo ter?
- Enquanto estiver doente deve manter isolamento social
- Não se esqueça de tapar o nariz e a boca sempre que tossir ou espirrar. Deite fora o lenço e lave as mãos
- Não regresse ao trabalho até que tenham passado 24h após a última vez que teve febre
As medidas de isolamento social e higienização das mãos instituídas para contenção da infeção COVID-19 determinaram a redução do número de casos de gripes a nível global. É importante que estas medidas, cujo objetivo é a contenção da propagação de vírus, se mantenha nas pessoas infetadas pelo vírus da gripe a fim que o número de casos de gripe em 2021/2022 não seja tão elevado quanto se espera.
Embora a maior parte das pessoas com gripe recupere em menos de 2 semanas, nalguns casos a infeção é mais grave e com complicações como por exemplo pneumonia, miocardite (inflamação do coração) e encefalite (inflamação do cérebro). São situações graves e potencialmente fatais.
Quem tem maior risco de complicações da gripe?
- Pessoas com 65 ou mais anos
- Pessoas com doenças crónicas (doença cardíaca, diabetes, asma)
- Mulheres grávidas
- Crianças com menos de 2 anos de idade
Nestes grupos é de extrema importância a vacinação para que se reduza o risco de infeção e, caso ocorra doença, o risco de gravidade e complicações seja reduzido o máximo possível.
Existem vários sinais que alertam para a possibilidade de estarmos perante um quadro de complicações de gripe. Estes sinais de alarme podem ser diferentes conforme a faixa etária.
Nas crianças, os principais sinais de alarme são:
- Dificuldade em respirar
- Dor torácica
- Recusa em andar
- Indicadores de desidratação (a criança passa muitas horas sem urinar, não deita lágrimas quando chora, língua seca)
- Prostração, a criança deixa de brincar mesmo quando está sem febre
- Quando após um período de melhoria ocorre novamente um período de agravamento (como por exemplo deixa de ter febre durante uns dias e depois volta a ter febre alta)
Nos adultos, os sinais que alertam para a necessidade de ser avaliado por médico são:
- Dificuldade em respirar
- Tonturas e confusão mental, sonolência exagerada
- Fraqueza muscular e incapacidade para se manter de pé
- Agravamento de febre e tosse após um período de melhoria
- Agravamento de outras doenças crónicas (asma e diabetes por exemplo)
Existem diversos sinais e sintomas que alertam para a possibilidade de estarem a ocorrer complicações da gripe. A procura de ajuda médica nestas situações deve ocorrer o mais rápido possível para evitar que a situação evolua e se torne mais difícil de controlar.
Um artigo da médica Marta Chambel, especialista em Imunoalergologia nos hospitais CUF Descobertas e CUF Sintra.
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