O programa 'Casa Feliz', da SIC, decidiu homenagear a carreira de Simone de Oliveira. Por isso mesmo, João Baião foi até à Casa do Artista, em Lisboa, para entrevistar a artista, numa conversa intimista e onde foram recordadas as melhores memórias da vida da malograda cantora.

Vendo uma fotografia de infância e questionada por Baião sobre as memórias que tem dessa altura, Simone respondeu:

"Vivi nos Olivais porque o meu pai era gerente de uma fábrica de moagem. Essa quinta era muito grande, com árvores de fruto, subia às árvores. Sempre tive uma ótima relação com os meus pais. Tive uma mãe que era ingénua, não sei se por ser mesmo ou porque lhe apetecia.

[...] Eu e a minha mãe não precisávamos de falar, olhávamos uma para a outra. A morte mais horrível da minha vida foi a morte da minha mãe [Simone tinha 33 anos].

O início da carreira artística de Simone de Oliveira

Simone confessou a João Baião que começou a cantar aos 19 anos. "Tive uma casamento desgraçado (marcado pela violência doméstica), como toda a gente sabe, e resolvi que aquilo não era para mim, fugi. Ele pensou sempre que como casei pela igreja, o pai e a mãe me mandavam embora. Mas não mandaram embora, tive uma mãe e um pai extraordinários, que aceitaram esta mulher completamente fora do seu tempo", revelou.

"O meu percurso foi feito com a minha força, com a minha vontade. A razão era os meus filhos, tinha que os criar porque o pai parece que se esqueceu um bocadinho. E como se esqueceu, fiquei eu, os meus pais ajudaram imenso", confessou.

"Um dia abri a boca e não saiu nada" - O dia em que Simone perdeu a voz

Simone de Oliveira estava a dar um concerto quando percebeu que tinha perdido a voz. "Um dia abri a boca e não saiu nada, estava num hotel em Póvoa do Varzim. Cantei a primeira, a segunda, a terceira... não saía nem um som. Ficou tudo a olhar para mim, uma grande salva de palmas e saí. Foi devido ao excesso de trabalho e à voz mal colocada. Estive dois ou três anos sem cantar, fui empregada de escritório, jornalista", referiu.

"Volto com outra voz, ainda bem que eu perdi aquela. Ganhei outra voz, muito mais cheia. Nunca pedi uma canção a ninguém, foram aparecendo e eu fui cantanto. Amei cantar mas amei representar", confessou.

Veja aqui a entrevista.

No âmbito deste programa, a produção das manhãs da TVI levou a estúdio Luciana Abreu, Anabela, Rui Andrade e Henrique Feist, fãs da artista e que tiveram já oportunidade de trabalhar com ela.