No Colégio Nossa Senhora de Lourdes, de um total de 775 alunos, estavam hoje nas instalações cerca de 30 crianças devido à decisão de suspensão das atividades letivas sem encerramento, revelou o diretor pedagógico, António Filipe Barbosa.
Naquele estabelecimento de ensino não houve registo de qualquer caso suspeito e a medida foi tomada por uma “questão preventiva”, “porque já havia alunos a faltar” e “o medo estava a ser maior”, descreveu António Filipe Barbosa.
No Nossa Senhora de Lourdes, a suspensão das atividades letivas foi decidida para hoje e sexta-feira, estando decisões futuras dependentes “do evoluir da situação e da decisão que vai ou não ser tomada pelas autoridades competentes”, acrescentou o diretor pedagógico.
Enquanto isso, a escola prepara “um plano de ensino à distância”.
A opção por manter as instalações abertas deveu-se à preocupação de encontrar solução “para os pais que não têm alternativas”, acrescentou o responsável.
O CLIP – Colégio Luso-Internacional do Porto decidiu encerrar “preventivamente” a partir de sexta-feira e por um período de duas semanas, informa numa carta dirigida hoje aos pais, estudantes e comunidade educativa a que a Lusa teve acesso.
O CLIP esclarece que a situação vai ser reavaliada continuamente e que nenhum caso de Covid-19 foi confirmado entre estudantes ou funcionários, embora existam “famílias de quarentena por prevenção”.
No Colégio Nossa Senhora da Paz, também no Porto, a decisão foi, por uma questão “estritamente preventiva”, “suspender as atividades letivas e não letivas a partir de hoje e por um período que depois será especificado”, informou a diretora pedagógica, Maria Sousa Soares.
Frequentam aquele espaço cerca de 550 alunos, dos 03 aos 18 anos e os encarregados de educação recebiam, desde 02 de março, boletins informativos diários, acrescentou a responsável.
“Hoje o colégio abriu para os alunos virem buscar os seus materiais de trabalho. A intenção é que possam trabalhar em casa e está previsto o contacto entre alunos e professores por meios digitais”, esclareceu.
O planeamento “vai ser constantemente ajustado e as medidas adequadas a casa momento”, disse, destacando não ter havido qualquer caso suspeito ou indicação das autoridades de saúde para o encerramento.
O Colégio de Santa Maria decidiu suspender as atividades hoje e sexta-feira, dia em que deve ser tomada a decisão sobre o que vai acontecer a partir de segunda-feira, com “toda a serenidade e prudência”, explicou Isabel Rebelo, diretora pedagógica.
“Aguardamos mais informações da Direção-Geral da Saúde e do ministério da Educação”, explicou.
Sem qualquer caso suspeito, o colégio optou pela prevenção e, de um total de 205 alunos, recebeu hoje 11 crianças. Neste estabelecimento, o plano de contingência para a Covid-19 está em vigor “desde meados de janeiro”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença COVID-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os "níveis alarmantes de propagação e de inação".
A pandemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados. Até ao momento, as escolas portuguesas mantêm-se abertas, exceto aquelas encerradas de forma casuística por ligação a casos confirmados ou casos suspeitos.
O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas. Ordenou também a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, a mais afetada.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do país, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.
Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias. Um pouco por todo o país, centenas de eventos têm sido cancelados num esforço conjunto para travar a propagação do COVID-19.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
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