Se se encontra entre quem não dispensa faca e garfo à mesa, este artigo não nasceu para si. Aqui, há que sujar dedos (quanto baste) embora com um bónus, vamos fazê-lo com coisas boas para comer. Na carta do novo Coyo Taco, em Lisboa, não diz expressamente que vamos ter de levar aos mãos aos petiscos. Mas, como se usa dizer “para bom entendedor basta” e um menu inspirado na street food mexicana e que nos convida para tacos, burritos, quesadillas e churros, também nos diz: “descontraiam, esqueçam salamaleques de mesa e divirtam-se”. É este o espírito mexicano do irmão mais novo e solto do Coyo Taco, casa que abriu em 2018 no Príncipe Real.

Um quilómetro para sul, no Cais do Sodré, o ainda jovem Coyo Taco gosta de animação, ambiente de grupo e alguma agitação, não faltando sequer um DJ a animar as noites de sexta e sábado. Para quem não usa e abusa do GPS ficam as coordenadas a olho. O calor mexicano arriba na Rua Ribeira Nova, porta 36, nas traseiras do celebrado Mercado da Ribeira.

Dentro de portas o ambiente é garrido, a música impõe o ritmo (podia estar uns decibéis abaixo), os néons emprestam cosmopolitismo a um restaurante que reabilita um espaço pombalino de paredes de alvenaria e abóbadas apoiadas em pilares de cantaria maciça.

Coyo Taco, o novo restaurante mexicano em Lisboa nasceu no bairro dos artistas em Miami
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A casa, com 38 lugares sentados, deixa o convite a refeições comunitárias. Grupos maiores encontram três mesas de oito lugares, com vista privilegiada. Não, não é o Tejo que se abarca desde as mesas. Mas ninguém ficará desapontado se tiver vista sobre a ação na cozinha e a preparação das tortillas artesanais, feitas ao longo do dia numa prensa manual. Acresce toda a parafernália de ingredientes, do abacate, ao atum e camarão, da pescada à quinoa, do abacaxi aos arrozes, feijão e milho.

O resultado à mesa é um elenco variado e bem apetrechado de argumentos para nos conquistar. À laia de exemplo, faça-se uma viagem pela carta que inclua dois tacos: o Carnitas de Pato, com pato confitado, cebola roxa, queijo, coentros (4,74 euros) e o Carne Asada, com vazia grelhada, pico de gallo, salsa chipotle, queso mixto e coentros (4 euros).

Calor mexicano à mesa do Cais do Sodré
Calor mexicano à mesa do Cais do Sodré créditos: Amuse Bouche

Sobre a mesa há que ter uma taça de Guacamole Coyo (8 euros). É guloso e pede para que lhe barremos as estaladiças tortilla chips.

Continuando, nas Tortillas de Trigo, que não escape a de camarão, achiote, repolho alioli de chipotle, guacamole, pico de gallo, coentros (6,25 euros) e no item Burritos (Tortilla de trigo, arroz, esmagada de feijão, pico de gallo, queso mixto e queso crema), onde vamos encontrar nove exemplares, prove-se o de camarão (16,00 euros).

Havendo apetite, a carta sugere-nos bowls, saladas bowls e as incontornáveis Quesadillas, de porções generosas e em quatro versões, com frango, cogumelos, carne assada ou camarão (entre os 13 e os 14 euros)

No que toca à gulodice com travo doce e uma vez mais não dispensando a intromissão dos dedinhos, provem-se os churros (quatro unidades), polvilhados com açúcar e canela e a pedirem mergulho no chocolate mexicano (5 euros).

Coyo Taco

Rua Ribeira Nova, nº 36, Lisboa

Horário: Domingo a quinta, das 12h00 às 00h00. Sexta, sábado e véspera de feriado, das 12h00 às 02h00.

Contactos: Tel. 210 514 531; E-mail coyotaco@coyotaco.pt

A acompanhar o ritmo fresco a Coyo Margarita assume-se como a estrela maior nos bebíveis. Com tequila Olmeca, triplo sec, lima agave, e tajín, chega numa versão granizado (5,00 euros). Ainda na carta de bebidas, os clássicos Paloma (tequia Olmeca Blanco, soda, toranja e lima, 6 euros), Chelada con Modelo (lima, sal, cerveja Modelo, 4.5 euros) e Michelada com tomate pico de gallo (lima, sumo de tomate caseiro, água de camarão, molho picante e cerveja Modelo, 6 euros).

Nascido em 2014 em Wynwood, em Miami, pelas mãos de Sven Vogtland, Scott Linquist e Alan Drummond, o Coyo Taco chegou a Portugal em 2018.