Alfa, beta, ácidos, vitaminas, derivados... Parecem substâncias provenientes de experiências científicas e são mesmo. Mas o que terão a ver com as loções e cremes que utiliza diariamente? Tudo!
É através do trabalho realizado em laboratório que é possível desenvolver as fórmulas que permitem cuidar da sua pele como ela merece.
Pegámos em alguns dos ingredientes utilizados. Não todos. Apenas os que têm um denominador comum, o facto de serem ácidos, ou seja, substâncias «com um pH inferior a sete», como nos explicou Manuela Cochito, dermatologista. Conheça-os, um a um.
Ácido ascórbico (vitamina C)
Conhecido pelas suas propriedades antioxidantes, está presente em vegetais de folha verde e nos citrinos.
«É uma vitamina de referência na luta contra o envelhecimento cutâneo, pois estimula a síntese das fibras colagénicas e elásticas», refere Madalena Gusmão, farmacêutica. Pode ainda ser utilizado em casos de hiperpigmentação pois «tem um efeito de luminosidade na pele», explica Manuela Cochito.
Ácido kójico
Substância derivada de um fungo, o aspergillus, que se desenvolve no milho, no Japão. Com um efeito similar ao da hidroquinona, é utilizado em cosmética pelas suas propriedades despigmentantes:
«Regula a formação desequilibrada de melanina, base do desenvolvimento de manchas, e tem uma óptima tolerância», comenta Madalena Gusmão.
Ácido hialurónico
Está naturalmente presente na pele, mas diminui à medida que envelhecemos, levando à perda de firmeza. É capaz de reter até cerca de mil vezes o seu tamanho em água, o que contribui largamente para o sucesso desta molécula em cosmética.
«É já considerado um clássico nos cuidados hidratantes», diz Madalena Gusmão. Numa versão sintética e injectável, «é utilizado nos consultórios dos dermatologistas para preencher as rugas», refere Manuela Cochito.
Ácido fólico (vitamina B9)
Conhecido pelo papel que desempenha na prevenção de malformações fetais durante a gestação, tem também um acção importante na regeneração celular, tendo sido recentemente incluído na cosmética como parceiro do rejuvenescimento cutâneo.
Hidroxiácidos
Dois elementos desta família que se divide-se em alfa-hidroxiácidos, beta-hidroxiácidos e
poli-hidroxiácidos:
Ácido glicólico
Alfa-hidroxiácido com poder descamativo, muito utilizado em rejuvenescimentos faciais e no tratamento de cicatrizes.
É obtido a partir de fontes naturais (como a cana de açúcar) e pode ser utilizado em cosmética para peelings superficiais e em consultórios médicos para peelings profundos. Actua em manchas superficiais de hiperpigmentação, em pequenas rugas ou rídulas, na flacidez, estrias e contra a desidratação.
Veja na página seguinte: O ácido que purifica a tez
Ácido salicílico É também muito utilizado em casos de acne, psoríase e caspa. «Em grandes concentrações pode ser usado no tratamento de calosidades», acrescenta. Sabia que... Texto: Vanda Oliveira com Madalena Gusmão (farmacêutica) e Manuela Cochito (dermatologista)
Beta-hidroxiácido que «tem um efeito esfoliante e uma acção importante na desobstrução dos poros e purificação da tez», diz Madalena Gusmão.
O mesmo ingrediente pode ser utilizado para diferentes acções, consoante a concentração de cada fórmula.
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