Licenciada e consultora em Comunicação Empresarial, é mãe de quatro crianças. Os filhos dizem-lhe que é a melhor mãe do mundo, mas que não conhecem mais nenhuma mãe que seja assim "tão extrovertida". Ela reconhece o papel, assumindo que isso afasta, por enquanto, potenciais genros e noras que queiram aparecer para jantar.
Esta coisa de se chamar nomes fofinhos às enfermidades da vida sempre me fez alguma confusão. Porque raio havia eu de falar outra linguagem com as crianças que não aquela que utilizo no dia-a-dia?
Há dias em que eles me dão literalmente cabo da cabeça. Em que a velha máxima de que os filhos são maravilhosos me parece a mais irónica piada do universo, fazendo-me suplicar (quase que literalmente) por uns míseros cinco minutos em que eu volte a ser eu. A Alda-pessoa, isolada da Alda-mãe
Respostas tortas, comportamentos desviantes e choques diários são a realidade de duas mães que parecem não saber já como lidar com aqueles meninos que, até há tão pouco tempo, pareciam ser uns seres angelicais com uma aureola gigante e eterna
Os meus amigos dizem que tenho um “dedo especial” para situações caricatas. E, de facto, quase que podia escrever um livro sobre as coisas estranhas que me foram acontecendo ao longo da vida. Mas o curioso é que retiro de quase todas elas aprendizados que, de tão importantes, parecem ser realmente u
A maternidade tem também muito disto, desta bipolaridade emocional que tanto nos faz querer passar todo o tempo do mundo com as crianças como, de repente, nos leva a ansiar por umas horas sem contacto com pessoas cuja idade tenha menos de dois dígitos
Era um dia quente de Verão quando me deram a notícia. “Vai ter gémeos”. Eu sempre disse que queria ter quatro filhos, mas nunca pensei que os dois últimos me chegassem de uma só vez
Ela terá sido, provavelmente, uma das minhas primeiras melhores amigas. Era filha dos donos do café que existia a paredes meias com a casa dos meus pais. Não sei precisar como é que nos conhecemos, mas recordo-me que, do nada, nos tornámos grandes amigas
Vá, não se deixem enganar pelo título. Esqueçamos as velhas teorias fundamentalistas e mais intimistas (ou íntimas, na verdade) e foquemo-nos naquilo que aqui me trouxe: o tamanho e os preconceitos
Eu podia escrever uma enciclopédia só com os comentários que ouço das pessoas que ficam a conhecer a “quantidade exorbitante” de filhos que já saiu deste meu corpo
As pessoas costumam perguntar-me se, com quatro filhos, me tornei uma mãe mais descomplicada. Acredito sinceramente que sim. A rotina diária é apertada, obrigando-me a uma organização quase milimétrica e cronometrada, mas conto com a ajuda deles para que o cumprimento dos horários e das tarefas seja
Todos ouvimos, desde tenra idade, dizer que a vida é só uma e que a devemos aproveitar ao máximo. No entanto, existe aqui uma incongruência que ainda não consegui deslindar: o facto de parecer que, à medida que os anos passam, cada vez a aproveitamos menos
Há uns tempos, convidaram-me para moderar uma palestra sobre temáticas relacionadas com a gestão de crianças, englobando áreas como a organização do dia-a-dia e algumas regras para fazer dos miúdos mais rebeldes crianças com rotinas e regras. E eu, apesar de me ter sentido bastante grata pelo convit
Vivi quase duas décadas sem internet. E, em vez de dedicar o meu tempo livre a descobrir as funcionalidades do Google ou a conhecer amigos virtuais, passava horas intermináveis a explorar a minha rua. Vivia na casa das minhas vizinhas, sujava-me no parque infantil, descobria que uma pétala de uma fl
Nunca me hei-de esquecer de uma professora que, infelizmente, passou pela vida de uma das minhas filhas. A viver uma depressão profunda, mas assumindo que não podia entregar-se a uma baixa, aquela senhora ia para a sala de aulas desabafar com 20 crianças de sete anos
A juventude tem tanto de ingénuo e imaturo que se traduz numa sensação quase plena de imortalidade. Como se, independentemente dos riscos do que fazemos, por cá continuássemos felizes e cheios de vida e saúde
Com o desplante de nem sequer me deixar preparar. Já se passaram 12 anos e cada vez tenho mais a certeza de que as coisas boas da vida aparecem assim mesmo: de surpresa e de rompante
Li, há dias, um desabafo de uma mulher que confessava sentir-se uma “mãe não sexy”. Que se queixava das olheiras, do cabelo despenteado e dos trapos que vestia à pressa, acreditando que o facto de ser uma boa mãe a estava a tornar menos mulher. Pelo menos, aos olhos do seu companheiro
Talvez tenha sido uma questão de sorte, mas, em oito anos, só tive um problema com os professores e as escolas dos miúdos. Tirando essa ocorrência, tem sido no entanto regra, todos os anos, a mesma aparente inevitabilidade: a falta de professores.
Talvez por sempre termos tido animais, os meus filhos adoram tudo o que seja bichos. Sim, bichos. Mesmo daqueles repugnantes, cheios de patinhas espetadas e carapaças crocantes.