Licenciada e consultora em Comunicação Empresarial, é mãe de quatro crianças. Os filhos dizem-lhe que é a melhor mãe do mundo, mas que não conhecem mais nenhuma mãe que seja assim "tão extrovertida". Ela reconhece o papel, assumindo que isso afasta, por enquanto, potenciais genros e noras que queiram aparecer para jantar.
Quando engravidei dos meus filhos gémeos, a questão não se colocou. Aí, eu já sabia que o coração de mãe tem a capacidade milagrosa de amar em igual escala todos os filhos
Considerando real a teoria que diz que todos temos um pouco de “psicólogo de trazer por casa”, questiono-me até que ponto é que, nos momentos em que conhecemos as histórias de terceiros, conseguimos realmente ser imparciais.
Quando me tornei efetivamente mãe, percebi que o meu maior medo já não era se eu tinha saúde para estar sempre lá, mas antes se a minha filha estaria sempre bem e saudável.
Linda, claro. Perfeita e com os meus genes, que a fizeram nascer com uma constituição “demasiado grande” para o parto que ninguém acreditava poder ser natural.
Conto pelos dedos de uma mão as vezes que viajei apenas com uma mochila às costas e sem filhos no meu colo. E, por melhor que me saiba uma “escapadinha” sem filhos, a verdade é que o maldito remorso tende sempre em dar sinal.
Se eu pudesse, todos os dias serviriam para celebrar, com grande pompa e circunstância, os mais ínfimos detalhes da nossa (curtíssima) passagem por este planeta.
A mesa de refeições decora-se com cadernos e manuais e, enquanto eles estudam ou fazem os trabalhos de casa, invadem-me com questões invariavelmente diversas
Não acredito na bolha protetora em que tantas vezes temos vontade de colocar os nossos filhos. E tenho a certeza de que a minha própria experiência moldou por completo a forma como educo os meus
Habituados a ter uma mãe com profissões ditas ‘normais’, o meu trabalho nunca pareceu especialmente entusiasmante para os meus filhos. Afinal, que piada é que tem escrever, dar formações ou planear estratégias de comunicação?
Acontece que o amor é tão complexo, tão pessoal, tão único que, neste caso, nem sempre encontro “a” resposta certa – ou científica – para oferecer a estas meninas que já não se contentam com meias palavras.