Provavelmente o julgamento é um dos melhores amigos do ego, pois tudo e todos são postos em causa, através das nossas lentes que estão embaciadas pela nossa insegurança, falta de amor próprio e ausência de compaixão pela vida.
Será benéfico para as nossas relações se optarmos por questionar quais são as motivações por detrás das escolhas que fazemos e que os do nosso círculo fazem. Todos temos de fazer escolhas e tomar decisões diariamente. Não podemos ignorar que temos cerca de 70 mil pensamentos por dia, e que cerca de 85% a 90% são tóxicos.
Somos o nosso pior influenciador se não estivermos a tomar decisões de forma consciente, e tornar consciente o acto de julgar deverá ser uma prioridade. Não é benéfico, não tem vantagens, não acrescenta valor e só consome energia que poderá ser utilizada para outro tipo de comportamento mais ecológico.
Uma sugestão que partilho:
Quando identificar que está a julgar alguém ou a si próprio, pare e reflicta: qual é a intenção positiva do comportamento que julga? Acredite que há sempre uma intenção positiva, que não tem de ser óbvia e/ou lógica. Identifique a intenção positiva e separe o comportamento dessa intenção. Fique apenas com a intenção.
Será mais fácil fazer este exercício com os seus próprios julgamentos, comportamentos, pois apenas o leitor tem as suas próprias respostas. No entanto, caso queira fazer este exercício com alguém em particular, não se deixe iludir pela primeira resposta. Este é um exercício que pede coragem e vulnerabilidade. As nossas intenções positivas mais íntimas nem sempre são as mais 'adequadas' e vão ser naturalmente cobiçadas para um julgamento alheio.
Quatro dicas para avaliar os seus julgamentos:
- Anote ao final do dia, num diário para o efeito, três julgamentos de que se lembre de ter feito (pode ser auto julgamento);
- Encontre a intenção positiva para um deles;
- A cada cinco dias, compare e perceba se existe algum julgamento que surja mais do que três vezes;
- Avalie qual é o propósito maior, onde é que precisa de fazer a diferença na sua vida.
Permita-se entender as suas intenções positivas, pois são reveladoras e podem, em consciência, alterar os seus pensamentos, comportamentos e julgamentos. Quatro dedos apontados na nossa direcção espelham, frequentemente, o dedo que aponta na direcção do que julgamos.
Talvez reconheça em si o que julga e tenha dificuldade em aceitar, talvez acredite que num momento limite seria igualmente capaz de agir da mesma forma. Por outro lado, pode a nossa insegurança julgar pois não existe confiança para adoptar semelhante atitude.
Julgar menos e conhecermo-nos melhor é o caminho. Explore de forma produtiva e saudável os seus pensamentos.
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