À primeira vista, os conceitos minimalismo e finanças pessoais podem não combinar. No entanto, a aplicação deste conceito pode, de facto, contribuir para que tenhamos um melhor controlo das nossas finanças pessoais.
O que é o minimalismo?
O minimalismo financeiro consiste na simplificação de processos aplicados ao quotidiano de gastos. O principal objetivo é dar sentido e relevância ao que é realmente importante e útil para a nossa vida. Podemos assim ter uma vida com menos posses, mas com posses que façam sentido, com mais tranquilidade, com menos distrações. Existem diversas formas de aplicação deste conceito. Nas finanças pessoais, pode ser aplicado para gerirmos a nossa vida financeira de forma eficiente, sem prejudicar o orçamento familiar.
Como posso aplicar o minimalismo nas minhas finanças pessoais?
O minimalismo pode ajudar a evitar gastos desnecessários e caprichos materiais que a longo prazo se vão revelar ineficazes.
Para aplicarmos o minimalismo na nossa carteira, devemos seguir primeiro estes três passos, para que o nosso pensamento mude e esteja mais consciente dos gastos que faz.
1. Definição do que é importante
Primeiro, é necessário atribuir uma ordem de relevância e importância às coisas existentes, identificando o que se considera ser um gasto desnecessário e um gasto necessário, utilizando para isso um método de controlo de orçamento eficiente.
Podemos utilizar várias ferramentas de suporte onde se podem registar todos os gastos e ganhos, podemos até mesmo utilizar a folha de Excel ou papel e caneta. O importante é começarmos esse registo para percebermos onde podemos cortar.
Se é importante, faz sentido mantermos na nossa vida. Se não é importante, devemos pensar numa forma de não estar presente na nossa vida e assim tiramos um problema da lista.
2. Desfazer do que não precisamos
O segundo passo tem a ver com o desfazer prático. Podemos dar roupa que não utilizamos, vender móveis que só ocupam espaço em casa, reutilizar materiais escolares, fazer trocas de eletrodomésticos com os amigos. A ideia é termos menos coisas e ficarmos com aquilo que realmente tem sentido e que será mais usado.
O minimalismo pode também ser aplicado aos cartões de crédito. Em média, um português tem mais de quatro cartões de crédito. Será que precisa de todos? Diminuir o número de cartões ajuda-nos a utilizar apenas aqueles que necessitamos e quando necessitamos. Podemos prescindir deles ou então dar-lhes um uso mais consciente.
Devemos também aplicar o minimalismo a outros créditos. As dívidas devem ser amortizadas o mais rápido possível, para que tenhamos um orçamento familiar mais saudável. E de cada vez que pedirmos um crédito, devemos reconsiderar se precisamos do mesmo ou se ao fazer uma poupança ao longo do ano poderemos adquirir o que precisamos sem juros adicionais.
3. Pensar em cada compra que fazemos
Depois de regularizar a nossa situação financeira, é crucial que não voltar a ficar numa situação de endividamento.
Ser minimalista mostra-nos que devemos apenas comprar equipamentos e utensílios indispensáveis na nossa vida. A ideia não é deixar de comprar coisas, mas pensarmos cuidadosamente na utilidade das mesmas. Por vezes gastar 500€ em algo não é um mau gasto, pois se for algo que iremos utilizar no longo prazo, é um investimento que compensa.
Assim, estaremos a aplicar o dinheiro de forma consciente e eficiente, em vez de investirmos o mesmo em coisas que vêm a sua utilidade desaparecer passado alguns meses.
Podemos ter uma carteira mais saudável e minimalista, gastando apenas aquilo que ganhamos e fazendo uma boa gestão do consumo.
Leia também: Juntar vários créditos num só ajuda a combater o endividamento. Eis o que precisa de saber
Comentários