Apesar do ser humano conseguir desempenhar duas tarefas ao mesmo tempo, Shogo Kajimura e Michio Naumura referem que existe um senão: que nem sempre é possível fazê-lo sem que uma entre em conflito com a outra.
De acordo com um artigo publicado pelo jornal El País, a explicação reside no facto da capacidade multitarefa do ser humano ser limitada afetando algo tão simples como estabelecer contacto visual durante uma conversa.
Tal como explicam os psicólogos japoneses, as duas tarefas ao entrarem em choque fazem com que o ser humano seja obrigado a fazer uma escolha: ou falar corretamente ou deixar-se encantar pelos olhos da pessoa com quem está a falar.
“Quanto mais complicada é a história que estamos a contar, mais difícil é para a pessoa manter o contacto visual”, referiram os dois psicólogos da Universidade de Quioto. A propósito do tema o El País decidiu lançar a seguinte questão a duas especialistas: “Será que é possível alguém desviar o olhar durante uma conversa por razões que nada tenham que ver com a complexidade do discurso?”
Para a psicóloga Pura Hernández os “indivíduos com fobia social” são outro tipo de pessoas “incapazes de levantar o olhar do chão” durante uma conversa.
Será então errado considerar que alguém é mentiroso apenas porque não nos consegue olhar nos olhos durante um diálogo? Cristina Larroy acredita que sim, uma vez que “a distância e a hierarquia entre os interlocutores podem influenciar a comunicação. O aborrecimento, o medo, o desprezo, o cansaço e os problemas visuais também podem ser gatilhos eficazes” na falta de contacto visual entre locutor e recetor.
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