O nosso pensamento tem influência direta no nosso dia a dia e na nossa performance. Se pensarmos bem, é quase impossível - para além de não ser saudável - termos um controlo direto sobre o nosso pensamento. No entanto, muitas vezes, é comum para alguns de nós ficarmos presos aos nossos pensamentos e acabarmos nos deixar enredar neles de uma forma que, não só não nos permite a clareza mental, como introduz confusão e um bloqueio ao nosso dia a dia.

Isto acontece, por exemplo, quando antes de agirmos ficamos demasiado tempo a ruminar sobre todas as consequências que podem advir das nossas ações ou das nossas palavras. E, de repente, encenamos uma conversa com alguém importante ou uma entrevista de emprego demasiadas vezes e, mesmo assim, parecemos nunca nos sentir verdadeiramente preparados para ter essa conversa e vamos, de forma consecutiva, adiando essa conversa. Nestas circunstâncias - como em muitas outras - parecemos ficar presos aos nossos pensamentos sem nos conseguirmos libertar, tornado-se tudo ainda mais difícil quando temos clara noção que está prisão nos está a impedir de agir ou de fazer acontecer um sem fim de coisas.

Assim alguns dos sinais que nos devem fazer estar alerta para o bloqueio que se pode estar a dar na sequência dos nossos pensamentos são:

  • Ruminar de forma exaustiva sobre determinados assuntos - quando não pensamos apenas, mas dissecamos as informações e levamos a análise dos pensamentos à exaustão.
  • Adiar de forma sistemática as tarefas - quando passamos demasiado tempo para iniciar as tarefas, porque estamos a pensar qual a melhor forma de agir ou que consequências essas tarefas podem vir a ter.
  • Não arriscar - quando para fazer o que quer que seja, ou para tomar uma decisão - mesmo que simples - precisamos de analisar todas as perspectivas, consultar várias opiniões e, mesmo assim, tendemos a ficar em stand-by.

No fundo, ficamos reféns do nosso pensamento sempre que não conseguimos de forma ágil e fluída ir do pensamento às ações, à expressão ou à tomada de decisão. E, sempre que o nosso pensamento se torna uma prisão, é essencial que tomemos consciência disso de forma a criar condições a flexibilizar e tornar o nosso pensamento mais claro e mais eficiente.

Um artigo de Cátia Lopo e Sara Almeida, psicólogas clínicas na Escola do Sentir.