É uma etapa incontornável no dia-a-dia de cada um de nós e são raras as vezes em que reflectimos sobre ela.

Se pensarmos
bem, toda a nossa vida se processa à volta do estômago. Vivemos porque comemos. Só assim temos energia para sermos quem somos.


Mas nem tudo o que ingerimos
e digerimos produz as mesmas reacções no organismo. Vale a pena espreitar o modo como se realiza a digestão, perceber o que pode interferir neste processo e compreender
por que certos alimentos nos fazem muito
melhor do que outros.

O início da viagem

A fatídica viagem dos alimentos começa na boca, onde a saliva, a língua e os dentes lhes dão um primeiro tratamento,
químico e mecânico, que os transforma em bolo alimentar. A boca funciona como um processador de alimentos, por isso, mastigue-os muito bem, dando tempo entre cada garfada.

Quanto mais aperfeiçoado e eficaz for o trabalho da sua boca, mais facilitada fica a tarefa dos restantes elementos
desta verdadeira linha de produção. Mas não engula água para apressar o processo. Nesta etapa, os piores inimigos são problemas nos dentes ou nas gengivas. Deve, por isso, tratá-los assim que surgirem.

Rumo ao estômago

Depois da primeira paragem, os alimentos mastigados são empurrados
pelos músculos do esófago até ao estômago. Aí, os sucos gástricos, ricos em enzimas e acidez, desfazem cada vez mais os alimentos, transformando-os em quimo.

Esta tarefa pode ser dificultada se comer demasiado, se ingerir alimentos muito condimentados ou de difícil digestão. Tente perceber quais lhe fazem mal e evite-os. Alimentos fritos e açúcares tornam a digestão mais lenta.

Trabalho de equipa

Passado o estômago, o quimo continua a sua viagem para a região pilórica, atravessa o duodeno, onde sofre a intervenção
de sucos digestivos produzidos pelo pâncreas
e pelo fígado.

Cada vez mais decomposto, e já transformado em quilo, entra no intestino delgado. A absorção dos nutrientes é feita na sua passagem pelo intestino grosso. Quanto mais saudável e rica for a sua alimentação, mais benefícios
trará para o seu organismo.


Veja na página seguinte: As recomendações dos especialistas

A última etapa

Uma vez retirados todos os benefícios dos alimentos, o que não é aproveitado
pelo organismo é rejeitado, na última etapa da viagem, sob a forma de fezes.

Uma dieta rica em água e fibras (fruta, vegetais e leguminosas como feijão ou grão) facilita todo o processo digestivo, e, em particular, esta última fase.

Se estiver com dificuldades
na digestão, experimente gengibre ou chá de camomila. Vai ver que se sentirá melhor.


Saber... digerir!

Vários factores afectam a
digestão, mas a boa notícia é que muitos podem ser controlados.
Eis alguns conselhos que lhe deixam a papinha toda feita:

- Faça refeições leves
e frequentes.

- Aumente a ingestão de fibras.

- Coma muita fruta e vegetais frescos.

- Beba muita água e evite refrigerantes.

- Ponha de parte fritos
e alimentos ricos em açúcar.

- Controle o stress.

- Pratique uma actividade física regular.

- Limite o consumo de álcool
e de tabaco.

- Mantenha um peso adequado.

- Evite deitar-se logo após as refeições.

- Não faça exercício físico intenso após as refeições.

- Não consuma bebidas geladas a meio da digestão.

Texto: Paula Alberty