Muitas mulheres fazem quase tudo o que é dieta para conseguir exibir uma silhueta mais do seu agrado. Três leitoras da Saber Viver experimentaram as dietas mais procuradas do momento e os resultados estão à vista. Em apenas um mês, estão mais magras, sentem-se mais bonitas e confiantes e, claro, muito mais saudáveis. Estes regimes de emagrecimento têm princípios e mecanismos diferentes mas todas elas partilham o mesmo objetivo, ajudá-la a emagrecer e a mudar, para sempre, a sua rotina alimentar.
Selecionámos as dietas que estão a dar que falar pelos princípios que, à primeira-vista, podem gerar dúvidas. É o caso da Dieta do Paleolítico, adaptada à dieta atual e mediterrânica pela nutricionista Ana Bravo, que exclui a ingestão de alguns dos alimentos mais consumidos na nossa alimentação como o pão e a massa e que, segundo a especialista, podem ser a causa da maioria das intolerâncias alimentares. Algumas destacam-se pelo incrível número de casos de sucesso que já reuniram, como é o caso da Dieta dos 31 Dias da nutricionista Ágata Roquette.
Esta especialista conta já com dezenas de casos bem-sucedidos de pacientes que seguiram a sua dieta. Outra das soluções de emagrecimento testada foi a do método Lev, ideal para quem quer perder peso de forma rápida e que propõe substituir as refeições tradicionais por refeições Lev, desenvolvidas especificamente para perder peso com sucesso. Convidámos três leitoras da revista para porem à prova cada uma destas dietas. O desafio foi superado e elas aceitaram partilhar a sua história. Inspire-se no seu exemplo.
Até menos cinco quilos por mês
«A recomendação foi afastar-me ao máximo de alimentos processados, como bolachas e massas e aproximar-me ao máximo de alimentos naturais. O pão foi excluído, a não ser ao pequeno-almoço e, mesmo assim, com a recomendação de ser um pão com o menor índice de trigo, de preferência, de centeio ou integral. Esta é uma dieta que implica uma mudança não só nos hábitos alimentares, mas também na forma de ver a comida. O engraçado é que nesta dieta o que se sente não é só uma preocupação com o emagrecer, mas uma abordagem mais holística», diz Ana Ferreira, 38 anos, directora criativa, que seguiu a Dieta do Paleolítico.
«No fundo, o que comemos influencia tudo o resto. Além de me preocupar com o trabalho e com as crianças, esta dieta obrigou-me também a preocupar-me comigo e com o que como. Eliminei todos os alimentos processados e os legumes passaram a ser obrigatórios em todas as refeições. Para facilitar a digestão, foi-me também recomendado não beber água à refeição, de forma a não misturar sólidos com líquidos», sublinha Ana Ferreira.
«Embora tenha rompido um pouco as indicações da dieta (porque tive uma amigdalite), noto sobretudo que tenho muito menos barriga e que estou muito menos inchada, o meu trânsito intestinal passou a funcionar muito melhor, as digestões ficaram muito mais rápidas, a minha pele está muito mais saudável e sinto-me com mais energia», afiança, garantindo, ainda, que, «nunca mais tive azia nem qualquer desconforto. É claro que perdi peso, neste momento, já estou com menos cinco quilos e comprometida em continuar a dieta. É preciso querer comer melhor e acreditar que somos o que comemos. Além disso, esta dieta é para continuar, não só com o objectivo de emagrecer, mas mesmo de ser mais saudável», assegura.
Apologista de uma dieta o mais natural possível, a nutricionista Ana Bravo adapta a Dieta do Paleolítico à nossa dieta mediterrânica atual com o objetivo de perder peso, mas também de ter um estilo de vida muito mais saudável, pois acredita que a nossa espécie está geneticamente adaptada a este período da história, a fase mais duradoura da história humana. Nessa época, a alimentação incluía apenas carne, peixe e alimentos de origem vegetal que eram colhidos na natureza.
Não existiam alimentos que hoje consideramos fundamentais na nossa alimentação como os grãos e cereais (trigo, centeio e milho, por exemplo), leite e produtos lácteos, açúcar e produtos industrializados e que, segundo a nutricionista, podem ser a causa de muitas intolerâncias alimentares. Assim, Ana Bravo definiu uma dieta onde estes alimentos são reduzidos e onde privilegia o consumo da comida mais natural.
«Defendo o uso de alimentos tanto quanto possível no seu estado mais puro, tal como eram no período paleolítico, ou seja, não modificados e pouco processados. Acredito que todos beneficiamos de uma dieta muito pobre em alimentos industrializados e sugiro que tirem o máximo partido das propriedades nutricionais benéficas dos alimentos simples, não processados, não industrializados e não alterados», defende.
Na sua dieta, o destaque vai para alimentos como os hortícolas (sobretudo raízes como o nabo ou a cenoura ou os caules como a beterraba e as folhas verdes), a fruta (especialmente os frutos silvestres reconhecidos pelo seu potencial antioxidante), os frutos oleaginosos (nozes e avelãs), as sementes (de chia e linhaça) e as proteínas presentes sobretudo em alimentos de origem animal (carne, peixe, ovos e marisco).
Até menos cinco quilos por mês
A Dieta dos 31 Dias está em voga e tem convencido muitas mulheres. «Tive de fazer várias alterações na minha dieta. Comecei a beber mais água repartida ao longo do dia, cerca de dois litros, passei a acompanhar as minhas refeições só com verduras e legumes e eliminei os hidratos de carbono. Também passei a comer várias vezes. Antes de iniciar a dieta, só fazia as refeições principais (pequeno-almoço, almoço e jantar) e passei a fazer seis com a introdução do lanche da manhã e de dois lanches à tarde, o que me ajudou a controlar muito bem o apetite», explica Joana Veiga, 24 anos, esteticista.
«A parte mais difícil da dieta para mim foi ter de resistir aos doces, principalmente às bolachas e aos chocolates, e ter de introduzir legumes e verduras porque não estava habituada a comer estes alimentos. A parte boa é que com esta dieta não se passa fome, pois podemos comer sempre que nos apetece, dentro dos alimentos permitidos. Durante a tarde, o período em que sentia mais necessidade de comer nos primeiros dias de dieta, optava por comer os snacks sugeridos pela nutricionista, alguns deles até improváveis, mas que se revelaram ser ótimos para saciar», admite.
«Na primeira fase da dieta, comia salsichas de aves, rolinhos de fiambre de frango ou peru, gelatinas e cenoura crua, na segunda fase da dieta já podia comer fruta e, na terceira, uma porção de frutos secos (dez amêndoas ou três nozes). Por incrível que pareça, depois dos primeiros dias de adaptação, não senti muito a falta dos doces e dos hidratos de carbono e quando sentia tentava compensar com os alimentos permitidos», admite a leitora.
A adaptação do organismo não foi difícil, mesmo na fase inicial. «Notei que o corpo reagiu bem à dieta. Ao fim de uma semana já me sentia mais leve e menos inchada e já não sentia fome. Emagreci cerca de um quilo por semana (ao todo foram quatro quilos) e agora, já visto um número abaixo», afirma. «Emagrecer sem sacrifícios» é a promessa da Dieta dos 31 Dias, desenvolvida pela nutricionista Ágata Roquette. Trata-se de uma dieta semiproteica que se baseia na ingestão maioritária de proteínas, com menos ingestão de hidratos de carbono (de índice glicémico mais elevado).
«A ausência de hidratos de carbono desencadeia processos químicos que alteram o metabolismo, permitindo uma redução de peso, sem passar fome», explica a nutricionista. A dieta divide-se em quatro fases. A fase 1, a mais restritiva e que não deve durar mais que 15 dias, que obriga a excluir a fruta e alimentos como chocolates, guloseimas, bolachas, frutos secos, fritos e refrigerantes.
A fase 2 que pode ser mantida por 15 dias ou o tempo que desejar, e que já permite comer fruta. A fase 3 que é uma alternativa à fase 2 para variar a dieta e onde já pode incluir os frutos secos e a fase 4 que visa a manutenção do peso e onde todos os alimentos são permitidos. Ao longo da dieta e transversal a todas as fases, há o dia da asneira, em que é possível comer tudo o que apeteça e os doces, apesar de serem proibidos, podem ser ingeridos em quantidades reduzidas, se forem preparados com adoçante.
Segundo a nutricionista, o segredo da sua dieta, que não considera restritiva nem limitativa, está «na escolha adequada dos alimentos, por um lado, e na sua correta combinação, por outro». Na sua obra «As Receitas - A Dieta dos 31 Dias», publicada pela editora A Esfera dos Livros, pode encontrar mais de 250 receitas, testadas e com resultados garantidos, que ajudam a perder peso, sem cair na monotonia.
Até menos sete quilos por mês
«Com a dieta Lev, passei a comer mais vezes durante o dia (de três refeições passei a fazer cinco), comecei a beber mais água e passei a ingerir mais legumes. Nunca fui muito de comer verduras mas agora percebi que, além de saudável, pode ser muito saboroso e, até, descobri legumes que nunca tinha provado», explica Paula Coutinho, 31 anos, jornalista.
«Para quem, às vezes, se queixa da falta de tempo e paciência, como eu, também não há desculpa porque nos supermercados existem saquinhos com legumes que podemos levar para o trabalho e cozinhar ao vapor no micro-ondas e, em apenas cinco minutos, podemos estar a complementar o nosso almoço de forma saudável», assume.
«No terceiro e quarto dias, senti um ligeiro desconforto abdominal mas telefonei ao nutricionista da Lev que me explicou que era um efeito que poderia acontecer. O meu corpo estava a adaptar-se ao tratamento e a transformar as minhas reservas de gordura em energia (início do processo de cetose metabólica)», recorda.
«Ao quinto dia já estava 100 por cento normal», continua. «Não foi um processo difícil. A dieta Lev está cheia de coisas boas e fui muito bem aconselhada na escolha das minhas refeições. A vida social também não fica comprometida. Por várias vezes, fui a restaurantes (muitos até já sabiam em que consiste esta dieta) e serviram-me pratos de legumes muito saborosos», afiança.
O melhor estava, contudo, reservado para o fim. «A maior gratificação chegou depois. Ao final de duas semanas, fui às compras e comprei umas calças um número abaixo do que usava», regozija-se. Esta distingue-se das dietas comuns por incluir as suas próprias refeições. As refeições Gourmet Lev, desenvolvidas minuciosamente para que a perda de gordura seja rápida e eficaz. Estas refeições que surpreendem pela variedade, incluem desde cremes e sopas a pratos cozinhados como frango, massas ou salmão e diferentes snacks doces e salgados que variam entre queijo, fiambre ou presunto, bolachas, tostas, chocolates, crepes doces e mousses.
Todas elas são pobres em hidratos de carbono (açúcares) e gordura, que induzem o organismo a mobilizar as reservas de gordura acumulada como principal fonte energética, e ricas em proteínas de alto valor biológico que preservam a massa muscular e a tonicidade cutânea. Numa primeira fase, todas as refeições tradicionais são substituídas e complementadas com suplementos vitamínicos e minerais, com um incentivo ao consumo de legumes que garantem uma dieta equilibrada.
Nas fases seguintes (no total, são quatro), há uma reintrodução progressiva de alimentos como carne e peixe e uma diminuição da ingestão das refeições Lev. Na quarta fase, que já só visa manter o peso, há um acompanhamento nutricional de 20 em 20 dias para monitorizar o peso perdido e aconselhar uma alimentação equilibrada e a prática de exercício físico. Toda a dieta é personalizada e a duração de cada fase varia de caso para caso. O seu princípio base é o emagrecimento rápido, mas também uma reeducação alimentar, essencial para manter os resultados a longo prazo.
Texto: Sofia Cardoso com Ágata Roquette (nutricionista) e Ana Bravo (nutricionista)
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