A fitoterapia é um método terapêutico que recorre às plantas. A sua origem é conhecida desde tempos remotos, pois as plantas foram durante muito tempo o único tratamento ao alcance do homem. Alguns povos, como os chineses e os indianos, conservam ainda uma forte tradição neste âmbito, enquanto outros, como os ocidentais, perderam essa tradição à medida que a medicina “convencional” ganhava importância.
No entanto, nas últimas décadas, o interesse pela fitoterapia tem vindo a crescer, devido ao facto de muitas pessoas procurarem opções mais naturais, para evitarem os efeitos secundários de muitos medicamentos. Por outro lado, os inúmeros estudos e pesquisas que se realizam com plantas têm vindo a comprovar as suas propriedades benéficas, contribuindo assim para o aumento da confiança dos consumidores.
Que benefícios?
As plantas são constituídas por complexos químicos que contêm minerais, vitaminas, óleos voláteis, entre muitas outras substâncias. Para além do princípio activo da planta, a fitoterapia utiliza também a planta toda, pois os fitoterapeutas acreditam que o seu poder reside nessa sinergia.
A fitoterapia usa algas e plantas marinhas, bolbos, raízes, flores, óleos essenciais, cascas, sementes e folhas, de plantas selvagens, ervas aromáticas, especiarias, frutos e vegetais. São muitas as propriedades que se encontram nas plantas: anti-bacterianas, anti-fúngicas, anti-flatulentas, adaptogénicas, sedativas, calmantes, tonificantes, fortificantes, estimulantes, etc.
Que problemas pode aliviar?
A fitoterapia não pretende de forma alguma substituir a medicina tradicional, pois atua mais em cooperação do que em sua oposição. Assim, as plantas são utilizadas sobretudo para prevenir e/ou ajudar a controlar algumas doenças, aliviando alguns sintomas. Os fitoterapeutas têm uma abordagem holística, visando o bem-estar e o equilíbrio do organismo. São muitas as plantas e as suas propriedades benéficas que aqui se possam enumerar.
As tomas recomendadas não devem ser excedidas e em caso de gravidez, amamentação, toma de algum medicamento ou na existência de doença, o conselho médico ou do técnico de saúde é importante antes da toma de alguma planta.
Diferentes apresentações
- Tinturas: preparação de plantas com álcool, a fim de extrair e conservar as suas propriedades. Para tomar oralmente, em pequenas quantidades.
- Infusões: às partes escolhidas da planta acrescenta-se água a ferver, deixando-se repousar durante alguns minutos, bebendo-se em seguida.
- Decocções: as partes da planta são colocadas a ferver juntamente com a água. Após ferver cerca de 10 minutos, côa-se e bebe-se.
- Comprimidos e cápsulas: contêm o princípio activo da planta e/ou outras partes da mesma. Tomam-se como qualquer outro fármaco.
- Cremes e bálsamos: aplicados externamente para aliviar a pele.
- Compressas quentes ou frias: mergulha-se um pano na infusão aconselhada e aplica-se na zona afectada. Normalmente são usadas para combater dores e problemas das articulações.
- Cataplasmas: preparados com plantas frescas ou secas humedecidas transformadas numa pasta com água quente, sendo aplicadas com ligaduras para, por exemplo, ajudar a aliviar dores articulares.
- Banho de ervas: coloca-se uma saqueta com as plantas aconselhadas ou óleos essenciais na água do banho para, por exemplo, ajudar a relaxar.
As explicações são de Pedro Lôbo do Vale, Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar e consultor da Associação Portuguesa da Alimentação Racional e Suplementos Alimentares.
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