Uma alimentação saudável, completa, variada e equilibrada, seguindo as orientações da Roda da Alimentação Mediterrânica, é fundamental para a manutenção da saúde. Segundo as recomendações presentes neste guia alimentar português, devem ser consumidas entre duas a três porções de laticínios por dia. Neste grupo, onde se inserem o leite, o iogurte, o leite fermentado e o queijo, os iogurtes e os leites fermentados apresentam-se como alimentos únicos na obtenção dos nutrientes necessários.
Para além da sua elevada densidade nutricional e das características organoléticas diferenciadoras que os caracterizam, apresentam uma ampla variedade de formatos, sabores e texturas que os tornam alimentos acessíveis e versáteis para consumo ao longo do dia, recomendando-se principalmente a sua ingestão nas suas versões naturais e com baixo teor de matéria gorda. Um requisito que obriga a uma consulta comparativa dos rótulos destes alimentos.
Com inúmeros benefícios para a saúde a nível do sistema imunitário, do gastrointestinal, do fortalecimento ósseo e na prevenção e terapêutica de determinadas patologias, tais como doença de Crohn, a colite ulcerosa, a obesidade e a diabetes mellitus tipo 2, estes alimentos são também melhor aceites por indivíduos com intolerância à lactose, podendo, nesses casos, ajudar a colmatar as recomendações de ingestão de nutrientes. Assim, importa perceber quais os tipos de iogurte e/ou de leite fermentado que mais se adequam à realidade de cada indivíduo e à fase do ciclo de vida em que se encontra.
Se, por um lado, na gravidez e no período de lactação é fundamental suprir as necessidades nutricionais da gestante e garantir o correto desenvolvimento do lactente, também é verdade que, na infância, importa assegurar o crescimento saudável e a regulação dos sistemas biológicos, recomendando-se a ingestão de versões naturais, sem açúcares adicionados. É este tipo de iogurtes que, nas idas às compras, os pais devem adquirir para dar a ingerir aos filhos.
Por outro lado, em fases mais específicas, como a menopausa, em que ocorrem alterações fisiológicas e metabólicas mais acentuadas, importa reforçar o aporte de cálcio e fósforo, por forma a evitar a perda de massa óssea e consequente osteoporose. Estão também disponíveis no mercado versões de iogurtes e de leites fermentados que, por terem a sua composição reforçada com, por exemplo, fibras, proteínas e/ou esteróis vegetais, poderão ser direcionadas para situações mais específicas, nomeadamente desportistas e indivíduos com patologias cardiovasculares ou gastrointestinais.
O consumo de iogurtes e de leites fermentados deverá integrar um estilo de vida são e uma alimentação saudável e sustentável, optando, sempre que possível, por ingerir alimentos da época, de proximidade e provenientes de produções mais amigas do meio ambiente. O consumidor deverá, idealmente, escolher os produtos de forma consciente e informada, salientando-se a importância da leitura dos rótulos alimentares no momento da compra.
Todas as recomendações deverão ser adaptadas de acordo com as necessidades dos indivíduos, com acompanhamento profissional por parte de um nutricionista. A pensar na problemática da obesidade e na necessidade de se fazerem escolhas alimentares mais saudáveis, foi lançado o projeto "Que iogurte és tu?”, uma iniciativa apoiada pela Associação Portuguesa de Nutrição que pretende incentivar os portugueses a adotarem uma alimentação mais saudável.
Uma das ambições é promover o consumo de iogurte e/ou de leite fermentado numa base diária. Esta ação, lançada formalmente no dia 17 de maio de 2021, além de dar a conhecer os múltiplos benefícios destes alimentos, apresenta ainda a multiplicidade de formatos, variedades e sabores de iogurtes existentes no mercado, salientando as opções disponíveis aos consumidores, para que possam fazer escolhas mais informadas e adequadas às suas necessidades.
Texto: Bárbara Machado (nutricionista)
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