O presidente chinês, Xi Jinping, considerou nesta terça-feira (28) que o seu país trava uma importante batalha contra o "demónio" do novo coronavírus e pediu transparência nos esforços do governo para conter a epidemia.
"A epidemia é um demónio e não podemos deixar esse demónio escondido", afirmou Xi durante uma reunião com responsáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a imprensa estatal.
"O governo chinês sempre teve uma atitude aberta, transparente e responsável na hora de divulgar informação para os nossos cidadãos e para outros países", acrescentou.
Detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro da China), o vírus já provocou a morte de pelo menos 106 mortos e mais de 4.000 infetados.
As autoridades de Pequim confirmaram a primeira morte na capital chinesa de uma pessoa infetada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), um homem de 50 anos que esteve na cidade de Wuhan, em 08 de janeiro.
Um primeiro caso confirmado de contaminação com este vírus foi registado na Alemanha esta segunda-feira, o segundo país afetado da Europa, depois de França.
Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.
As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
O Governo chinês decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.
A região de Wuhan encontra-se em regime de quarentena, situação que afeta 56 milhões de pessoas.
Alguns países, como Estados Unidos, Japão, França, Alemanha e Portugal, estão a preparar com as autoridades chinesas a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de portugueses.
As bolsas asiáticas caíram pelo segundo dia consecutivo, arrastadas pelas preocupações com o impacto económico global do vírus.
Os esforços cada vez mais drásticos de contenção do coronovírus na China começaram com a suspensão de ligações de avião, comboio e autocarros para Wuhan, uma cidade de 11 milhões de pessoas, mas as restrições expandiram-se para 17 cidades, com mais de 50 milhões de pessoas.
A Mongólia também a sua vasta fronteira com a China e a Coreia do Norte disse estar a reforçar as medidas de quarentena.
Hong Kong e a Malásia estão a impedir a entrada de visitantes de Hubei e as agências de viagens chinesas foram obrigadas a cancelar todas as excursões em grupo no país.
O Governo chinês enviou 6.000 médicos para Wuhan, incluindo 1.800 que devem chegar hoje.
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