Quando os pacientes recorrem a produtos de venda livre, vendidos nas farmácias, internet e supermercados, têm que ter consciência de que o resultado do branqueamento obtido surge à custa do desgaste dos dentes que vai ocorrendo à medida que os produtos são utilizados.
Com os branqueadores à base de carvão ou de côco, agora em voga e amplamente publicitados nas redes sociais, acontece exatamente a mesma coisa. Estes produtos utilizados em forma de pasta ou creme com o intuito de escovar possuem um nível de abrasão muito agressivo para o esmalte, não branqueando a pigmentação interna da dentina.
É uma pena que estes produtos que têm virado "moda" possam destruir uma fortíssima aplicação do carvão e do coco na medicina dentária. Estes dois produtos, quando utilizados corretamente, são eficazes e fortes aliados na medicina dentária integrativa e biológica.
Eficazes se aplicados de forma segura por um especialista
O côco quando utilizado na técnica de "oil puling", isto é, bochechos com óleo de coco durante pelo menos 10 minutos, apresenta inúmeros benefícios na remoção de toxinas produzidas e acumuladas na boca, língua, mucosas e saliva. Estudos indicam resultados equivalentes ou superiores a elixires ou colutórios à base de clorexidina.
O carvão ativado é uma solução bastante simples e acessível para poder atrair os iões metálicos que vão ficando acumulados na cavidade oral e com isso fazer uma quelação/desintoxicação localizada dos metais pesados, principalmente do mercúrio que é libertado sob a forma de vapor das restaurações a amálgama (chumbo).
Basta pensarmos que os filtros utilizados nas máscaras próprias para a proteção de vapores de mercúrio são feitos à base de carvão ativado.
Desta forma, e quando o doente tem muitos "dentes chumbados", assim como gengivas e mucosas com a presença de muitas tatuagens de amálgama, é frequente recomendarmos bochechos com uma pastilha de carvão ativado dissolvida em água.
Os conselhos são da médica dentista Joana Vasconcelos e Cruz, das Clínicas Viver.
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