Em conferência de imprensa, na sede da DGS, em Lisboa, Graça Freitas apresentou os números mais recentes desta pneumonia vírica e face ao crescimento do número de infetados na China há “uma grande necessidade” de confirmar todos os casos reportados, porque para além do coronavírus há ainda vírus da gripe, que é menos grave, e por isso existe alguma discrepância nos números.
Em Portugal foram ativados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.
Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.
A diretora-geral de Saúde falou dos números mais recentes, que “estão constantemente em alteração”, tendo sido reportadas 17 mortes na China e 448 infetados, tendo, desses, sete saído para outros países.
A maioria dos 441 restantes é proveniente da cidade chinesa de Whuan, onde se pensa que seja o foco da infeção), havendo também casos detetados em províncias vizinhas.
Inicialmente a informação transmitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ia no sentido de que o vírus não se transmitia entre humanos, mas foi entretanto corrigida, e por isso Graça Freitas afirmou é preciso acompanhar de perto a situação.
A mesma responsável explicou que existem protocolos internacionais para prevenir que o vírus seja exportado a partir da China, sendo os rastreios feitos na origem antes de viagens de comboio, avião ou barco.
No seu esquema de prevenção, Portugal também tem um protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações para fornecer serviços de tradução caso seja necessário.
A OMS decidiu hoje prolongar até quinta-feira de manhã a reunião do Comité de Emergência para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.
O Comité de Emergência da OMS, formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, esteve hoje reunido na sede da organização, em Genebra, na Suíça, sem chegar a um consenso, pelo que decidiu voltar a reunir-se na quinta-feira, indicou o presidente do órgão de peritos, Didier Houssin.
O novo vírus que causa pneumonias virais foi detetado na China no final de 2019 e já infetou várias centenas de pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.
Trata-se de um novo tipo de coronavírus, que é transmitido entre animais e que passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral. Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade. Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais infetados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
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