"Há soluções digitais simples que permitem manter a independência" até mais tarde na vida, disse à Lusa Julie Taylor, do Departamento de Comércio Externo britânico, que hoje promoveu em Lisboa um encontro entre empresas do setor britânicas e portuguesas.
O mercado vale milhares de milhões, quer pelo setor da tecnologia que permite ligar os serviços de saúde uns aos outros, pelo das "casas inteligentes" com tecnologia para ajudar os residentes a poderem estar seguros.
Indiretamente, como permitem uma vida ativa até mais tarde, contribuem para gerar lucros em setores como o turismo sénior, em que, anualmente, turistas com mais de 50 anos gastam mais de 100 mil milhões de libras.
Julie Taylor referiu que no seu país, uma em cada três mulheres poderá atingir os 100 anos, uma probabilidade que deverá duplicar nos próximos 50 anos e que levou o governo britânico a eleger o envelhecimento como um dos grandes desafios.
Os défices cognitivos das demências, a necessidade de manter a atividade física e as ligações sociais são os principais problemas que se propõem resolver com projetos como uma pequena aldeia em Dover (sul), em que 12 casas serão convertidas para permitir a 30 pessoas que sofrem de demências viverem com cuidados assegurados.
A ajudá-los estarão tecnologias como os sensores que permitem às pessoas saberem onde estão e alertarem os seus cuidadores em caso de quedas ou imobilidade prolongada.
Outras tecnologias permitem aos idosos contornar problemas como a solidão, dando-lhes hipótese de comunicarem com as famílias ou cuidadores, sempre com a ressalva de que "as soluções digitais não conseguem replicar a interação humana, mas podem manter as ligações", disse Julie Taylor.
Projetos portugueses como a Hope Care são exemplo de tecnologia que pode responder às necessidades de uma população com cada vez mais idosos, que permite aos profissionais de saúde acompanharem à distância os doentes.
Um dos fundadores da empresa, José Paulo Carvalho, afirmou que o projeto já funciona com doentes de Coimbra com doença pulmonar obstrutiva crónica que usam em casa monitores que permitem aos médicos avaliar o seu estado à distância, o que significou já uma redução de 30% nas idas às urgências.
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