São já 331, os casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, em Portugal, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira. Há 4592 casos em vigilância pelas autoridades.

Nas últimas 24 horas, registaram-se mais 86 doentes, sendo que o número total de casos suspeitos subiu para 2908. O total de casos não confirmados por análise é de 2203.

Sobe para 331 número de infetados com COVID-19 em Portugal. Mais 35% que ontem
Sobe para 331 número de infetados com COVID-19 em Portugal. Mais 35% que ontem créditos: DGS
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Pedro Xavier Simões é um dos doentes com COVID-19: "Nunca me atenderam no SNS24". A "situação vai ficar muito mais grave nas próximas semanas"
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Pelo menos 374 pessoas aguardam resultado laboratorial para saber se estão, ou não, infetadas. Em relação a ontem, recuperou mais uma pessoa, elevando o número de recuperados para três.

Quanto à localização dos casos confirmados, 138 estão no norte do país, 31 no centro, 143 na zona de Lisboa, 13 no Algarve, 5 no estrangeiro e 1 nos Açores. Madeira e Alentejo continuam sem casos.

Há 18 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais quatro do que no dia anterior.

Sobe para 331 número de infetados com COVID-19 em Portugal. Mais 35% que ontem
Sobe para 331 número de infetados com COVID-19 em Portugal. Mais 35% que ontem créditos: DGS

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou no domingo o Conselho de Estado para quarta-feira para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência, enquanto o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal e Espanha vão limitar a circulação na fronteira a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.

A ministra da Saúde, Marta Temido, alertou no sábado que o país vai entrar "numa fase de crescimento exponencial da epidemia". A governante disse que o pico da pandemia do COVID-19 está dependente da resposta dos cidadãos e apelou à adoção de comportamentos responsáveis, que permitam combater a transmissão da doença.

"Nós sabemos que estamos na curva descendente, mas não sabemos quanto tempo é que esse movimento vai durar. Sabemos é que esse comportamento da curva depende da adesão de cada um de nós aos comportamentos adequados", afirmou aos jornalistas.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Em conferência de imprensa conjunta com a Diretora Geral de Saúde, Graça Freitas, e com o presidente do Infarmed, Rui Ivo, a ministra da Saúde admitiu que "as próximas semanas vão ser duras" e apelou por várias vezes à adoção de comportamentos responsáveis. "A velocidade com que a curva sobe depende muito de nós. Poderá subir mais lentamente se nos comportarmos adequadamente. E isso é importante porque permite ao sistema de saúde reagir com mais tranquilidade àquilo que é a necessidade de cuidados”, argumentou.

Como medida de prevenção, o Governo decretou no sábado que os bares vão ter de fechar portas a partir das 21:00, todos os dias, como forma de tentar conter a propagação do surto de COVID-19, com efeitos imediatos. A medida vai vigorar até 9 de abril.

O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

 A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”. O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 168 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.

Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou na semana passada ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas. Também foi anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália. A Direção-Geral de Saúde também reforçou as recomendações à população.

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Nos últimos dias,  Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu há uma semana alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.

Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.

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