"Não vale a pena perder muito tempo com uma manobra política que desautoriza terrivelmente o grupo parlamentar do PSD. Os deputados e deputadas do PSD participaram de forma imaculada neste processo legislativo", escreve a deputada na sua conta na rede social Instagram.

"Só tenho elogios a fazer a quem não faltou a uma única reunião do Grupo de Trabalho do qual resultou o texto prestes a ser votado. O texto que resulta de uma discussão com uma década, o tema mais discutido de que tenho memória", acrescenta.

"Reuniões atrás de reuniões com a colaboração leal dos deputados do PSD. Nunca mencionaram a hipótese de referendo. São assim subitamente desautorizados por Montenegro, aquele que se empenhou em referendar a vida de crianças, a sua segurança, no processo legislativo da coadoção e foi travado pelo Tribunal Constitucional", escreve. "Aquele que foi apoiado nessa aposta por Hugo Soares que, debatendo comigo, afirmou que 'todos os direitos das pessoas podem ser referendados'", cita ainda.

"O referendo à eutanásia já foi apresentado na Assembleia da República e chumbado duas vezes. Uma delas, a última, era uma iniciativa do Chega. Montenegro já é presidente do PSD desde o dia que sabemos. Mas foi hoje que acordou para este número político lamentável e que nos confirma que com ele temos Chega. Não queremos", conclui.

O líder parlamentar do PS também acusou hoje o PSD de ser seguidista em relação à agenda da extrema-direita ao propor um referendo sobre eutanásia e considerou que Luís Montenegro desautorizou a bancada social-democrata sobre esta matéria.

Esta posição foi transmitida por Eurico Brilhante Dias em reação ao anúncio de Luís Montenegro de que o grupo parlamentar social-democrata vai entregar um projeto de resolução a pedir um referendo sobre a despenalização da eutanásia.

“Concorda que a morte medicamente assistida não seja punível quando praticada ou ajudada por profissionais de saúde, por decisão da própria pessoa maior, cuja vontade seja atual e reiterada, séria, livre e esclarecida, em situação de sofrimento de grande intensidade, com lesão definitiva de gravidade extrema ou doença grave e incurável?”, é a pergunta para referendo proposta pelo PSD.

Eutanásia: Países onde a morte assistida é possível