A posição foi expressa aos jornalistas pelo bastonário, Miguel Guimarães, à saída de uma audiência, em Lisboa, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que regressou ontem à noite de uma visita de Estado à Índia.
Miguel Guimarães fez-se acompanhar pelos ex-bastonários Gentil Martins, Carlos Ribeiro, Germano de Sousa, Pedro Nunes e José Manuel Silva.
O atual bastonário frisou, em breves declarações, que os médicos "estão preparados para salvar vidas" e que uma lei que vise a despenalização da eutanásia ou do suicídio assistido viola os princípios éticos e deontológicos que norteiam a prática médica e "altera a relação médico-doente".
O ex-bastonário da Ordem dos Médicos Pedro Nunes apontou, por sua vez, "o desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde" como uma possível consequência da despenalização da eutanásia.
A Assembleia da República debate na quinta-feira cinco projetos de lei para a despenalização da morte assistida, do BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal, que preveem essa possibilidade sob várias condições.
Em 2018, o parlamento debateu projetos de despenalização da eutanásia, apresentados pelo PS, BE, PAN e Verdes, mas foram todos chumbados, numa votação nominal dos deputados, um a um, e em que os dois maiores partidos deram liberdade de voto.
Há dois anos, o CDS-PP votou contra, assim como o PCP, o PSD dividiu-se, uma maioria no PS votou a favor. O BE, PAN e PEV votaram a favor.
Um grupo de cidadãos está a recolher assinaturas para realização de um referendo sobre a matéria, que tem o apoio da Igreja Católica, ao contrário do que aconteceu em 2018. Dos partidos com representação parlamentar, apenas o CDS apoia a ideia, assim como vários dirigentes do PSD.
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