Segundo Marques Teixeira, presidente da SPPSM "o principal objetivo do estudo é ter um conhecimento real e concreto do problema nacional neste tipo de doentes e deste modo contribuirmos para o desenvolvimento de políticas e programas que sejam baseados na evidência".

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Além de reunir informação de caráter socioeconómico, o estudo realizado com uma amostra da população portuguesa pretende realçar a importância do apoio ao doente enquanto pessoa, nomeadamente, os apoios laborais (igualdade de oportunidades de emprego), os apoios sociais (reformas, pensões, estruturas comunitárias) e a criação de sistemas de saúde com vista a satisfazer as necessidades dos doentes (no caso da acessibilidade e diferenciação de cuidados).

O estudo conclui que a grande maioria dos doentes já diagnosticados é solteiro (74,6%) e que mais de 39% vive em casa própria ou arrendada. Por outro lado, um terço dos doentes habita numa residência protegida ou está internado numa instituição de saúde mental. Apenas 29,9% dos participantes no estudo afirmam usufruir de apoios sociais.

Esmagadora maioria não trabalha

Em termos de habilitações literárias, o ensino secundário (29,9%) é o mais referido pelos inquiridos, sendo que só 12,7% dos doentes tem formação superior.

De realçar igualmente que 4,5% dos doentes não sabe ler ou escrever.

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Relativamente à situação profissional, a maioria dos inquiridos (63,4%) refere que se encontra reformado por invalidez e mais de 21% está desempregado. Para a maior parte dos doentes reformados ou reformados por invalidez, o valor mensal bruto da pensão situa-se entre os 200 e 300 euros mensais.

A investigação conclui ainda que a idade média de início dos sintomas da doença é de aproximadamente 22 anos. A maior parte dos doentes (48,5%) considera que o seu estado de saúde atual é razoável, sendo de referir que a perceção dos cuidadores é mais negativa que a dos doentes: 26,1% das respostas dos cuidadores indicam um estado de saúde ‘Fraco’.

Doença diagnosticada dois a três anos depois

Em média decorreram 2 a 3 anos desde o início dos sintomas até ao acompanhamento em consulta da especialidade e 1 a 3 anos desde o início do acompanhamento à instituição de terapêutica farmacológica. O valor médio gasto na compra dos medicamentos prescritos é bastante variável e 28% dos doentes não sabe quanto gasta com a medicação. Aproximadamente 38,1% dos doentes esteve internado nos últimos dois anos.

Para além da doença psiquiátrica, 38,8% dos doentes afirmam ter outras patologias diagnosticadas, nomeadamente depressão (10,4%), obesidade (9,7%) e outras patologias (14%).