
O fenómeno dos bebés reborn — bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos — tem vindo a ganhar destaque, gerando reações que vão da ternura à inquietação. O que leva alguém a cuidar de um boneco como se fosse um bebé real?
As motivações variam. Para uns, trata-se de uma forma de arte ou colecionismo. Para outros, os reborn assumem uma função emocional: ajudar a lidar com perdas gestacionais, infertilidade, solidão ou luto.
Em contextos como a demência, têm sido usados de forma terapêutica, promovendo conforto e estimulação afetiva.
Do ponto de vista psicológico, cuidar de um bebé reborn pode ativar emoções ligadas ao vínculo e à proteção. Em certos casos, isso traz alívio ou sentido.
No entanto, quando o boneco passa a substituir o contacto humano ou representa uma recusa em aceitar a realidade, há motivos para atenção.
Os principais impactos psicológicos surgem quando a ligação ao boneco é marcada por sofrimento emocional, isolamento social ou negação da perda.
A dependência do reborn pode sinalizar que há um vazio interno não resolvido — e, nesses casos, é fundamental procurar apoio psicológico.
Um artigo da psicóloga clínica Isa Silvestre.
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