Segundo o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), há 245 casos confirmados de COVID-19 em Portugal, mais 76 que ontem, 2271 suspeitos, desde 1 de janeiro de 2020, 281 aguardam o resultado laboratorial, 4592 em vigilância pelas autoridades de saúde e 1176 casos infirmados, ou seja, eram suspeitos mas foram invalidados.

Quanto à localização dos casos confirmados, 103 estão no norte do país, 10 no centro, 116 na zona de Lisboa, 10 no Algarve, 5 no estrangeiro e 1 nos Açores, que já tinha sido confirmado hoje pela Autoridade de Saúde Regional.

Há 14 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais três que no dia anterior.

COVID-19: São já 245 os casos confirmados em Portugal, de acordo com a DGS
COVID-19: São já 245 os casos confirmados em Portugal, de acordo com a DGS créditos: DGS

Quanto aos casos confirmados, 16 são importados de Espanha, 14 de Itália, 9 de França, 5 da Suíça, 1 da Alemanha ou Áustria e 1 da Bélgica e 1 de Andorra. Dos 245 casos, 139 estão internados, há nove internados nos Cuidados Intensivos e dois já recuperaram. A DGS já informou que há infetados a recuperar em casa, que devem estar em isolamento social.

Segundo o documento da DGS divulgado hoje, a maioria das pessoas infetadas por COVID-19 apresenta tosse (53%), havendo casos de febre (31%), dores musculares (18%), cefaleia (19%), fraqueza generalizada (13%) e dificuldade respiratória (9%).

É entre a população com idades dos 30 aos 39 anos (55 casos) que há mais casos, seguindo-se a faixa etária entre os 40 e os 49 anos (53 casos). Há cinco pessoas com mais de 80 anos com o novo vírus, e mantém-se apenas uma criança com menos de nove anos, em relação ao boletim do dia anterior. De acordo com o mesmo documento 124 infetados são dos sexo masculino e 121 do sexo feminino.

COVID-19: São já 245 os casos confirmados em Portugal, de acordo com a DGS
COVID-19: São já 245 os casos confirmados em Portugal, de acordo com a DGS créditos: DGS

A ministra da Saúde, Marta Temido, alertou ontem que o país vai entrar "numa fase de crescimento exponencial da epidemia".

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse que o pico da pandemia do Covid-19 está dependente da resposta dos cidadãos e apelou à adoção de comportamentos responsáveis, que permitam combater a transmissão da doença.

“Nós sabemos que estamos na curva descendente, mas não sabemos quanto tempo é que esse movimento vai durar. Sabemos é que esse comportamento da curva depende da adesão de cada um de nós aos comportamentos adequados”, afirmou aos jornalistas a governante.

Em conferência de imprensa conjunta com a Diretora Geral de Saúde, Graça Freitas, e com o presidente do Infarmed, Rui Ivo, a ministra da Saúde admitiu que “as próximas semanas vão ser duras” e apelou por várias vezes à adoção de comportamentos responsáveis.

“A velocidade com que a curva sobe depende muito de nós. Poderá subir mais lentamente se nos comportarmos adequadamente. E isso é importante porque permite ao sistema de saúde reagir com mais tranquilidade àquilo que é a necessidade de cuidados”, argumentou.

No mesmo sentido, a Diretora Geral de Saúde referiu que “os idosos são a população mais vulnerável” e pediu aos jovens que sejam mais compreensíveis com a situação, que “exige sacrifícios de todos”.

“Não estamos a impor isolamento obrigatório, mas há um mínimo de consideração. Se um jovem adoecer poderá não morrer, mas poderá causar a morte ao seu avô, à sua avó, ao seu tio-avô ou tia-avó, alertou Graça Freitas.

Como medida de prevenção, o Governo decretou ontem que os bares vão ter de fechar portas a partir das 21:00, todos os dias, como forma de tentar conter a propagação do surto de COVID-19, com efeitos imediatos. A medida vai vigorar até 9 de abril.

A agência de notícias France-Presse refere com base em dados atualizados às 09:00 de hoje, que, no total, foram registadas em 139 países e territórios, 154 620 contaminações e ocorreram 32 novas mortes e 2.839 novos casos em todo o mundo desde a contagem de sábado às 17:00. Há também mais de 73 mil recuperados em todos o mundo de acordo com o mapa interactivo desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins.

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, registou um total de 80.844 casos, dos quais 3.199 morreram e 66.911 recuperaram.

Na China, foram anunciados 20 novos casos e 10 novas mortes entre sábado e hoje.

Em outras partes do mundo, registaram-se 2.597 mortes (22 novas) até às 09:00 de hoje, num total de 73.780 casos, mais 2.819 do que às 17:00 de sábado.

Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 1.441 mortos e 21.157 casos, o Irão, com 611 mortos (12.729 casos), Espanha com 183 mortos (5.753 casos) e a França, com 91 mortos (4.499 casos).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”.

O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5 796 mortos em todo o mundo.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.

Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou esta semana ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas. Esta semana já tinha sido anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália. A Direção-Geral de Saúde também reforçou as recomendações à população.

Nos últimos dias,  Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu na segunda-feira alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.

Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.