“Estamos [Comissão Europeia] a acelerar a investigação. Ontem [segunda-feira] falei com os gestores de uma empresa inovadora que está a trabalhar numa tecnologia promissora para desenvolver uma vacina contra o coronavírus”, indica a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, através de um vídeo publicado na rede social Twitter.

Recordando que a União Europeia (UE) já disponibilizou até 80 milhões de euros à CureVac, uma empresa de Tübingen, na Alemanha, a responsável afirma esperar que, “com este apoio, seja possível haver uma vacina no mercado talvez até ao outono”. 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

“Isto pode salvar vidas na Europa e no resto do mundo”, vinca Ursula von der Leyen no vídeo.

Ainda assim, a líder do executivo comunitário admite que “muito falta fazer para combater este vírus” na UE. E, por isso, realça que “todos podem contribuir”, aconselhando desde logo os cidadãos a ficarem casa “e a reduzirem o contacto social”.

Na segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou um apoio de até 80 milhões de euros ao laboratório alemão que está a trabalhar numa potencial vacina para o novo coronavírus, após uma alegada oferta da administração norte-americana, desmentida pela biofarmacêutica.

A instituição liderada por Ursula von der Leyen explicou que esta verba seria atribuída sob a forma de uma garantia da UE a um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI) neste valor, no âmbito do mecanismo de financiamento de doenças infecciosas InnovFin e do programa comunitário para a investigação Horizonte 2020.

A informação foi divulgada depois de, também na segunda-feira, a CureVac ter negado haver recebido uma oferta do Governo dos EUA para reservar a sua descoberta para os norte-americanos. Cientistas dos Estados Unidos avançaram ontem estar já a testar a vacina em humanos.

No domingo, o jornal alemão Welt am Sonntag citava fontes não identificadas do Governo alemão que asseguravam que o dono da CureVac, uma empresa farmacêutica, tinha participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, no início do mês, tendo recebido uma generosa oferta para garantir o seu trabalho em exclusivo para os Estados Unidos.

O jornal dizia ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, estaria a disputar com a empresa a necessidade de a vacina, quando estiver pronta, ser igualmente utilizada na Europa, que é neste momento o principal foco da pandemia.

“Para que fique claro sobre o coronavírus: a CureVac não recebeu uma oferta do Governo dos Estados Unidos ou de entidades com ele relacionadas, antes, durante ou desde a reunião com a ‘task-force’ da Casa Branca, no dia 02 de março”, escreveu hoje o diretor do laboratório alemão, na conta da empresa na rede social Twitter.

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O diretor de operações da CureVac, Hans Werner Haas, disse ao jornal Tagesspiegel que a sua empresa tinha realmente participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, mas desmentiu a versão de uma qualquer oferta para a compra dos direitos do novo produto.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

Primeira morte em Portugal

Portugal registou ontem a primeira morte por COVID-19, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Há pelo menos 448 pessoas infetadas em Portugal, segundo o boletim diário de ontem da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Numa mensagem em vídeo, o Presidente da República anunciou no domingo uma reunião do Conselho de Estado na quarta-feira para "analisar a situação". Marcelo Rebelo de Sousa deverá decidir amanhã se decreta ou não Estado de Emergência, um estado de exceção que só pode ser declarado em casos de grave ameaça ou perturbação da ordem democrática ou de calamidade pública.

O Governo português declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”. O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 7.000 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 175 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.

França decretou o isolamento obrigatório na segunda-feira e suspendeu a segunda volta das eleições municipais.

Cronologia: Os principais acontecimentos ligados à pandemia de COVID-19
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Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou na semana passada ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas.

Também foi anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália e de e para Espanha.

A Direção-Geral de Saúde reforçou as recomendações à população.

Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu há uma semana alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.

Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.

Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o novo coronavírus em Portugal e no mundo.

Como se transmite um coronavírus?