"Entre as primeiras manifestações do início do processo e o final dos ciclos menstruais, que marca a entrada efetiva na menopausa, podem decorrer anos. No entanto, impõe-se, desde logo, a adoção de medidas ao nível do estilo de vida: adequar os hábitos às transformações do organismo permite, a prazo, minimizar os riscos consequentes, assegurando uma transição mais cómoda e tranquila para esta nova etapa da vida", explica Joaquim Neves, ginecologista do Hospital Lusíadas Lisboa.
"Nesta fase é ainda mais importante a adoção de uma dieta rica em fruta e vegetais, reforçar a ingestão de alimentos ricos em cálcio e vitamina D, que ajudam a preservar os ossos, moderar a ingestão de sal e proteínas, que potenciam a eliminação de cálcio pela urina e evitar bebidas alcoólicas e estimulantes como o café, que favorecem o risco de problemas cardiovasculares e cancro da mama", acrescenta.
O desconforto vaginal pode ser reduzido: algumas dicas
O especialista aconselha ainda que as mulheres, durante esta fase da vida, mantenham um estilo de vida ativo. "Praticar exercício três vezes por semana e praticar desporto com carga durante 30 a 45 minutos são bons aliados para preservar a massa muscular, controlar o peso, estimular a formação óssea e reduzir o risco de problemas cardiovasculares".
De acordo com Joaquim Neves, o risco de incontinência urinária também pode ser reduzido através do fortalecimento da musculatura pélvica: "a musculatura pélvica pode ser fortalecida com exercícios de Kegel: com a bexiga vazia, a mulher deve contrair os músculos a que recorre quando está a urinar e interromper o fluxo urinário. Manter a contração durante cinco segundos e relaxar durante outros cinco. Ao longo do dia, repetir três séries de dez exercícios".
"O desconforto vaginal também pode ser reduzido através de um lubrificante à base de água (sem glicerina, que pode provocar irritação) ou através da aplicação local de uma solução (creme, anel, comprimidos) com estrogénios, sempre com aconselhamento de um ginecologista", revela.
E aconselha ainda: "As mulheres que fumam devem abandonar o hábito de forma progressiva, uma vez que para além de a menopausa tender a surgir mais cedo, as mulheres fumadoras também sofrem mais com os sintomas da menopausa e têm um risco agravado de problemas cardiovasculares, osteoporose e cancro".
"Para reduzir os sintomas da menopausa e o processo de envelhecimento, as mulheres podem ainda recorrer a um tratamento hormonal ou a outras alternativas sugeridas pelo seu ginecologista, informando-se sempre sobre as vantagens e inconvenientes destes tratamentos", conclui.
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