Os dados mais recentes indicam que o número de novas contaminações aproxima-se de zero, enquanto a Europa se tornou o mais recente epicentro da epidemia, com medidas rígidas de confinamento em muitos países.
Fora da província de Hubei, o epicentro da pandemia, a circulação aumenta a cada dia. As lojas, fechadas durante quase dois meses, voltaram a abrir portas.
Mas o regresso total à normalidade ainda é algo distante. A grande maioria dos habitantes continua a usar máscara, a temperatura dos cidadãos é medida antes de entrar em supermercados ou restaurantes, onde é proibido estar sentado frente a frente.
Apesar da persistência do medo do contágio, em Pequim, várias pessoas voltaram a frequentar os parques para aulas de dança em grupo, uma atividade muito popular na China. "Durante a epidemia todos estávamos com muito medo. Agora temos que relaxar", explica Wang Huixian, de 57 anos.
"Somos prudentes e observamos os exercícios à distância para evitar qualquer risco de contágio", completa Wang, enquanto dança a uma distância de três metros das colegas de aula.
Discoteca virtual
Em Xangai, os cafés e algumas atrações turísticas voltaram a abrir portas. Os moradores da capital económica da China praticam "tai chi" e outros tiram fotos no Bund, a célebre avenida com edifícios 'art déco'.
"Fiquei com muito medo", declara Zhang Min, empresário de 50 anos, em um parque. "Agora está tudo bem. Não como nos outros países, onde as pessoas atacam os supermercados".
Com quase 81.000 infeções e mais de 3.200 mortes, a China continua a ser o país mais afetado pelo vírus. Mas agora o balanço é superior no resto do mundo e na semana passada o presidente Xi Jinping declarou que a epidemia estava "praticamente contida".
"Tenho a impressão de que as pessoas contaminadas não podem sair e as que podem não estão doentes. Por isso estou tranquila", disse Lai Jinfeng, funcionária de uma creche, de 41 anos.
Mas os hábitos mudaram: as pessoas ainda não apertam as mãos e muitos cafés e restaurantes retiraram metade das cadeiras para que os clientes não se sentem muito perto uns dos outros.
Como forma de distração nas longas noites em casa, as casas noturnas criaram uma "discoteca virtual". Taxx, um dos clubes mais famosos de Xangai, afirma que milhares de pessoas ligam-se ao serviço todas as noites.
Primeira morte em Portugal
Portugal registou na segunda-feira a primeira morte por COVID-19, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Há pelo menos 448 pessoas infetadas em Portugal, segundo o boletim diário divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Numa mensagem em vídeo, o Presidente da República anunciou no domingo uma reunião do Conselho de Estado na quarta-feira para "analisar a situação". Marcelo Rebelo de Sousa deverá decidir amanhã se decreta ou não Estado de Emergência, um estado de exceção que só pode ser declarado em casos de grave ameaça ou perturbação da ordem democrática ou de calamidade pública.
O Governo português ativou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na semana passada, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”. O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 7.000 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 175 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.
França decretou o isolamento obrigatório na segunda-feira e suspendeu a segunda volta das eleições municipais.
Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou na semana passada ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas.
Também foi anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália e de e para Espanha.
A Direção-Geral de Saúde reforçou as recomendações à população.
Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu há uma semana alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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