É um dos problemas sociais do último século, contribuindo para o desenvolvimento e para o agravamento de muitas doenças cardiovasculares. Os números preocupam as autoridades de saúde internacionais. De acordo com um relatório divulgado pela publicação especializada BMC Public Health, nos últimos anos, o número de europeus que passa mais de quatro horas e meia por dia sentado aumentou cerca de 8%, atingindo os 54,3%. Em Portugal, os valores não fogem muito a essa percentagem.

"De acordo com o International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, em todo o mundo, a media ronda os 41,5%, o que justifica a elevada prevalência de doenças cardiovasculares que atualmente se regista globalmente. Só nos EUA, avança o Centers for Disease Control and Prevention, mais de 60% da população tem um estilo de vida inativo, com 25% a não praticar qualquer atividade física", adverte mesmo um artigo do projeto de literacia de saúde cardiovascular Cardio 365º.

Estas percentagens espelham a diferença entre os diferentes tipos de sedentarismo que existem. Uns afetam mais a nossa saúde do que outros, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, uma das principais causas de morte das sociedades modernas, mas também de obesidade, de diabetes e de cancro. Existem, todavia, formas de combater o sedentarismo, aponta o Cardio 365º. Sabia que quase cinco milhões de mortes por ano são atribuídas à inatividade física?

Os tipos de sedentarismo que existem

Há médicos que os medem através do cáculo do equivalente metabólico de tarefa, o nível de energia gasto por uma pessoa em relação ao seu índice de massa corporal (IMC). Uma pessoa com um abaixo de 1,5 ou que faça menos de 150 minutos de atividade física por semana é considerada sedentária. São muitos os especialistas nacionais e internacionais que apontam quatro níveis de sedentarismo. Conheça-os de seguida e procure identificar se encaixa em qualquer uma destas categorias:

Nível 1

Tirando algumas deslocações e caminhadas a pé ocasionais, as pessoas que se incluem nesta categoria não praticam qualquer atividade física com um grau de intensidade médio e muito menos intenso e, ainda que façam algum exercício, não atingem os 150 minutos de atividade física por semana aconselhados. É, apesar de tudo, o tipo de sedentarismo menos grave.

Nível 2

É um dos tipos de sedentarismo mais comuns. A maior parte das deslocações é, por norma, feita de carro e, no interior dos prédios, de elevador. As caminhadas a pé são muito pontuais e o carregamento de pesos é também ele muito ocasional.

Nível 3

É o estilo de vida daqueles que evitam qualquer esforço físico ao máximo. Os que se inserem nesta categoria nunca fazem caminhadas, nunca andam de elevador e só em último caso é que carregam coisas. Muito do tempo é passado sentado.

Nível 4

É o nível com maior grau de inatividade e também o mais perigoso para a saúde. Muito do tempo dos que se inserem nesta categoria é passado sentado ou até mesmo deitado. O equivalente metabólico de tarefa é muito baixo, atingindo valores considerados perigosos.