A idade da menopausa é muito variável, mas ocorre em média por volta dos 50 anos – quando acontece antes dos 40 anos é classificada como precoce. Trata-se de um processo fisiológico que se coaduna com a falência da actividade endócrina dos ovários e a sua incapacidade de produzir estrogénios. A ausência desta hormona explica grande parte dos sintomas típicos desta fase.

A menopausa representa também o fim do ciclo de fertilidade da mulher. Vários fatores estão associados ao aparecimento da menopausa mais cedo do que o expectável nomeadamente hábitos tabágicos ou alguns medicamentos. Em determinadas circunstâncias, terapêuticas médicas ou cirúrgicas também podem estar na origem da menopausa: cirurgia de remoção dos ovários, tratamentos de quimioterapia ou radioterapia pélvica.

É consensual que alguns sintomas associados à menopausa podem eventualmente afetar de forma negativa a qualidade de vida da mulher, quer sob o ponto de vista pessoal ou profissional. De acordo com o estudo A Saúde dos Portugueses – Um BI em nome próprio, promovido pela Médis, em associação com a Return on Ideas, alguns eventos marcantes, tais como a maternidade e a menopausa, podem originar novas necessidades e atitudes. Neste sentido, 32% das mulheres inquiridas com 55 ou mais anos apontam a menopausa como sendo o acontecimento que mais altera a sua relação com a saúde. Seja porque passam a valorizar saúde de outra forma ou porque sabem que o próprio acontecimento pode levar a problemas de saúde.

Sintomas

 

Geralmente a menopausa é antecedida por uma outra fase, a peri-menopuasa, caracterizada por irregularidades menstruais que refletem a alteração do funcionamento do ovário. Quando a menopausa está instalada, os principais sintomas são:

  • Secura vaginal
  • Afrontamentos e suores noturnos
  • Perturbações de sono
  • Alterações de humor (irritabilidade, ansiedade ou tristeza)
  • Sintomas de depressão
  • Fadiga
  • Falta de memória
  • Dores articulares

Impacto na saúde da mulher

 

Tendo em conta as alterações fisiológicas da menopausa, algumas doenças podem tornar-se mais frequentes:

  • Problemas cardiovasculares: uma vez que os níveis de estrogénio diminuem, o risco de doença cardiovascular aumenta.
  • Osteoporose: existe uma perda de densidade mineral óssea nos anos seguintes à menopausa com aumento do risco de osteoporose. Esta é uma condição que faz com que os ossos se tornem mais frágeis e fracos, levando a uma maior possibilidade de fratura.
  • Incontinência e infeções urinárias: nesta fase, os tecidos da vagina e da uretra perdem elasticidade, o que pode levar a perdas maiores de urina. É também neste período de vida que a mulher tem mais propensão para desencadear infeções urinárias.
  • Desconforto nas relações sexuais: dada a secura vaginal, resultante da diminuição da humidade e da perda de elasticidade, perante o ato sexual, a mulher pode sentir algum desconforto e até sofrer alguma hemorragia. Esta sensação pode, de certa forma, reduzir a sua líbido.
  • Aumento do peso: durante e depois da menopausa, são várias as mulheres que veem o seu peso aumentar. Tal acontece porque o metabolismo se torna mais lento.

Acompanhamento médico

Tendo em conta o impacto da menopausa no maior risco de determinadas doenças é fundamental manter um acompanhamento médico regular. A vigilância clínica poderá ser realizada pelo seu médico de Clínica Geral ou pelo médico ginecologista, sendo que é muito importante manter os rastreios oncológicos atualizados, nomeadamente o rastreio do cancro do colo do útero e da mama.

Os sintomas decorrentes da menopausa variam muito de mulher para mulher: se para algumas mulheres a menopausa é muito tranquila, para outras é uma fase muito dífícil. Felizmente existem vários tratamentos disponíveis para alívio das queixas. O seu médico irá ajudá-la e não deve hesitar em procurar aconselhamento.

Um estilo de vida saudável deve também integrar as estratégias para o alívio sintomático: a prática de exercicio regular e uma alimentação saudável são sempre pontos favoráveis.

Um artigo preparado e validado com a colaboração da médica Sofia Figueiredo, especialista em Ginecologia-Obstetrícia no Hospital da Luz.