Para o bem de todos nós cada vez mais se fala de saúde mental e estamos cada vez mais alerta aos sinais de uma frágil saúde mental e cada vez mais preocupados com o nosso bem-estar emocional e mental.
No entanto, falar-se mais de saúde mental não significa mais clareza acerca de tudo que a saúde mental implica e, muitas vezes, ficamos demasiado baralhados acerca de quais os primeiros passos a dar para garantir as condições básicas para a promoção da nossa própria saúde mental.
Assim, há algumas condições base, sem as quais não há espaço para a saúde mental, das quais destacamos:
1. Permitir-se a sentir
Sentir é uma condição essencial à nossa estabilidade e, sempre que sentimos, estamos a metabolizar as experiências do nosso dia a dia. Apesar disso, somos muitas vezes condicionados e ensinados a reprimir as nossas emoções e sentimentos, deixando de lado a raiva ou a vergonha, por exemplo. No entanto, tudo aquilo que habita dentro de nós é essencial e todas as emoções nos levam ao nosso equilíbrio. Desta forma, o primeiro requisito para darmos espaço à saúde mental é permitimo-nos - de forma fluída - a sentir.
2. Permitir-se a expressar
Se sentirmos tudo e vivenciarmos várias emoções, mas não fizermos nada com elas, as emoções acabam por ficar resguardadas dentro de nós e gerar mal-estar. Por isso, além de sentir, é importante expressar o que se passa dentro de nós, seja pela palavra, pelo desporto ou até pelas artes, por exemplo. Será da expressão emocional que, posteriormente, chegaremos a uma eficiente gestão emocional no nosso dia e que alavancamos a saúde mental.
3. Ser verdadeiro consigo próprio
Quantas vezes não somos levados a ‘vestir’ diferentes personagens para ir de encontro ao que os outros esperam de nós? Sempre que o fazemos anulamos a nossa autenticidade e os nossos rasgos mais espontâneos. Se deseja ter saúde mental, permita-se a ser verdadeiro consigo próprio, com as suas relações e com o mundo que o rodeia.
4. Permitir-se a definir os seus limites
Sermos capazes de nos protegermos a nós próprios, de respeitarmos as nossas necessidades e, sempre que necessário, definir limites é absolutamente essencial, assim, sempre que sentir diga ‘não’ e permita-se a estabelecer os limites essenciais para a sua saúde mental.
5. Aceitar os seus lados frágeis
Muitas das nossas lutas internas prendem-se com a dificuldades em aceitarmos os nossos lados menos bons e com o facto de em cada falha nossa nos sentirmos menos seguros e menos capazes. Desta forma é essencial fazer um exercício de autoconhecimento para que tenhamos presente todas as nossas potencialidades e paralelamente sejamos capazes de aceitar as nossas falhas e os nossos lados negativos.
Perante tudo isto, é essencial termos presente que a saúde mental está interrelacionada com várias áreas da nossa vida e que, naturalmente, ter saúde mental implica que estejamos alinhados connosco próprios e com as nossas necessidades de forma fluida permitindo-nos a sentir, a expressar e a aceitar todos os nossos lados.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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